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ELEIÇÕES
Proposta de imprimir comprovantes foi admitida pelo presidente do TSE, Nelson Jobim, que até ontem rejeitava a idéia
Em 2002, eleitor deverá ter recibo de voto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), ministro Nelson Jobim, disse que o eleitor deverá ter o comprovante impresso
do voto nas eleições de 2002, uma
espécie de recibo escrito do voto.
Jobim vinha descartando essa
hipótese até ontem.
A urna eletrônica, assim como o
sistema informatizado de apuração, vinha sendo alvo de desconfiança, principalmente depois do
escândalo da violação do painel
eletrônico do Senado.
O ministro falou sobre a introdução do voto impresso nas eleições do ano que vem durante palestra ao Conselho Federal da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil). "Provavelmente chegaremos ao voto impresso nas próximas eleições", disse Jobim.
A alteração começou a ser discutida há meses a partir de um
projeto de lei do senador Roberto
Requião (PMDB-PR). O presidente nacional do PDT, Leonel
Brizola, também vem fazendo
pressões por mudanças.
Credibilidade
A Unicamp irá auditar o sistema
informatizado de votação e de
apuração, a pedido da Câmara do
Senado e do próprio TSE. O tribunal encampou a idéia do Congresso por causa do risco de perda de
credibilidade na urna eletrônica.
O voto impresso representará
uma garantia ao eleitor de que ele
votou em determinado candidato. Na forma admitida pelo ministro, a pessoa poderá imprimir o
voto na hora em que concluir a digitação na urna eletrônica. Se
constatar erro, avisará o mesário,
que cancelará a votação realizada
e conduzirá o eleitor a votar pelo
sistema tradicional, de cédulas.
Nesse mecanismo em estudo
pelo TSE, o eleitor não poderá levar consigo o registro impresso
do voto. Se ele confirmar a votação, o papel cairá em um saco
acoplado à máquina de votar. Jobim disse que a forma a ser adotada precisará afastar o risco de um
grupo de eleitores realizar "terrorismo eleitoral", ou seja, simular
fraude -diferença entre o que
votou e os dados impressos- para impedir a contagem dos votos
de algumas seções. O ministro
disse que, se não for possível comprar uma impressora para cada
uma das 322.290 seções eleitorais
do país, pelo menos uma parte
das urnas terá essa contraprova, o
que já contribuiria para o controle
das votações.
O cadastro da Justiça Eleitoral
deverá ter 114 milhões de eleitores. Cada eleitor votará em seis
candidatos: presidente da República, governador, deputado federal, deputado estadual e duas vagas de senador.
A urna eletrônica foi usada pela
primeira vez em 1996. O TSE estima que, em 2002, o eleitor gastará
em média um minuto e 15 segundos para votar.
Atraso
As seções com cerca de 500 eleitores poderão funcionar até as
19h, duas horas a mais que o horário normal de encerramento, por
causa dessa demora.
O ministro sinalizou outras mudanças nas eleições gerais de
2002. Uma delas é a elevação das
divisórias das cabines de votação
para dar maior privacidade e reduzir a incidência de erros que
ocorreriam em razão da pressa
gerada pelo constrangimento do
eleitor que estiver sendo observado por outras pessoas.
Também está em estudo a apresentação de duas telas na urna eletrônica no momento da votação
para as vagas de senador, com o
objetivo de evitar erro por parte
do eleitor desatento.
(SILVANA DE FREITAS)
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