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Reforma deve
durar só 11 anos, afirma Aécio
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), afirmou que
a reforma da Previdência não foi a
que os governadores gostariam e
que, em vez de durar de 20 a 30
anos, durará 11 anos. Ainda assim
vê avanços no texto, sendo isso o
mais importante.
Mas o principal recado que Aécio quis transmitir foi que o comportamento dos governadores será diferente na outra reforma, a
tributária. Eles terão uma ação
política muito mais contundente
no Congresso, defendendo com
afinco os interesses dos Estados.
Na sexta, antes da reunião com
Lula, os governadores representantes das cinco regiões do país
irão ao Congresso para se reunir
com os presidentes do Senado e
da Câmara, respectivamente José
Sarney (PMDB-AP) e João Paulo
Cunha (PT-SP), além dos líderes
dos partidos, anunciou Aécio.
"Vamos dizer aos presidentes
da Câmara e do Senado que essas
matérias [da tributária] serão discutidas por nós permanentemente dentro do Congresso, à luz da
realidade, hoje, dos Estados, dos
municípios e da Federação."
Mesmo afirmando que queria
se "resguardar" para a reforma
tributária, Aécio comentou a votação da madrugada de ontem do
texto da reforma previdenciária,
sem, no entanto, falar dos destaques que ainda serão votados.
"O texto ainda traz benefícios,
talvez não na profundidade que
nós gostaríamos e pela qual trabalhamos, mas a reforma não foi de
forma alguma ferida de morte."
"Se não foi possível fazer uma
reforma por 20 ou 30 anos, fizemos uma reforma que durará 11
anos. Daqui a 11 anos, outros terão que fazer uma nova reforma".
O governador do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB),
criticou ontem a manutenção, na
reforma previdenciária, de três
subtetos para o funcionalismo
nos Estados, dizendo que "vai aumentar a distorção entre os três
Poderes". Rigotto disse acreditar
que tais distorções poderão levar
a ações na Justiça pedindo a inconstitucionalidade de alguns
pontos do projeto.
Para ele, a adoção de subtetos
diferenciados é "o erro mais grave" da reforma previdenciária
aprovada em primeiro turno pela
Câmara.
(PAULO PEIXOTO)
Colaborou LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre
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