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Oposição nega ser fonte de ataque a chefe do BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição ao governo no Senado afirmou ontem que não é a
fonte das sucessivas denúncias divulgadas contra o presidente do
Banco Central, Henrique Meirelles, que tem vindo a público quase diariamente desmentir acusações de evasão de divisas e sonegação fiscal. O PSDB e o PFL colocam as acusações na conta do "fogo amigo" do próprio governo.
Os governistas têm atribuído ao
PSDB o vazamento das informações, que viriam da CPI do Banestado, presidida pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
"É preciso analisar esse "vazódromo" que acontece hoje dentro
do governo, que é um duto de denúncias. Estou há um ano e oito
meses tentando fazer oposição e
não consigo, porque os principais
ataques vêm do próprio governo", disse um dos vice-líderes do
PFL, senador Heráclito Fortes
(PI), integrante da CPI.
Quando vieram à tona as últimas acusações, veiculadas na página da "Veja" na internet, de que
Meirelles teria transferido US$ 50
mil para a conta de doleiros, em
2002, investigados por lavagem de
dinheiro, e não teria declarado o
valor à Receita Federal, Paes de
Barros se apressou em dizer que a
CPI não está investigando Meirelles e, portanto, não tinha as informações divulgadas.
"Eu confio no Antero, se ele diz
que as informações não saíram da
CPI eu acredito. Isso é disputa do
próprio governo. Não há três petistas que se suportem", disse o líder do PSDB, Arthur Virgílio.
Apesar de estar usando o episódio de Meirelles para desgastar o
governo, a oposição não quer a
queda do presidente do Banco
Central, por defender a atual política econômica, ao contrário de
setores do PT.
"Eu tenho medo que ele caia
porque não tem ninguém melhor
para substitui-lo", disse Fortes,
que defendeu ontem a convocação de Meirelles pela CPI.
Os governistas têm afirmado
que as motivações das acusações e
da cobrança de explicações pela
oposição é o período eleitoral. O
líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), não ligou de volta
para a Folha até o fechamento
dessa edição.
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