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BC SOB PRESSÃO
Presidente diz que, nos últimos anos, pessoas têm sido "condenadas em massa por manchetes de jornais"
Lula defende Meirelles e ataca denuncismo
DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva saiu ontem em defesa do
presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, que tem sido
alvo de acusado de supostas irregularidades em suas movimentações financeiras.
O presidente criticou o que chamou de "denuncismo" e afirmou
que "o que nós estamos assistindo
no Brasil há alguns anos são pessoas serem condenadas e massacradas por manchetes de jornais".
Pela manhã, durante discurso
para um grupo maior, o presidente já havia repetido o que havia dito na quarta-feira: que "picuinhas" não iriam atrapalhar o processo de crescimento econômico
que o país atingiu. Anteontem, o
presidente atacou: "Se todos nós
formos tomados desse desejo [de
retomar a auto-estima] e dessa
força interior, certamente, não
haverá intriga, não haverá futrica,
não haverá eleição que possa brecar, frear o desenvolvimento que
este país precisa e deve ter".
"O denuncismo não ajuda ninguém neste país", disse Lula ontem durante a reunião fechada
com os empresários. Para o presidente, apesar das denúncias recorrentes, "passam 50 anos e não
se prova um único erro da pessoa". Segundo Lula, "o papel correto seria investigar, apurar.
Quando tiver a denúncia concreta, a apuração concreta, manda
prender o cidadão".
Lula fez as críticas durante encontro fechado com empresários,
em Belo Horizonte, em reunião à
qual a imprensa não teve acesso.
O objetivo do encontro, organizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), era a apresentação, para os 27 presidentes
das federações estaduais das indústrias, de um pacote de desoneração de impostos.
O trecho em que ele criticou as
denúncias contra o presidente do
BC foi registrado por cinegrafistas
da Radiobrás, agência de notícias
do governo e único meio de comunicação que teve acesso à sala
de reunião. Fotógrafos e cinegrafistas de outros meios tiveram
acesso ao local por apenas alguns
minutos. Os repórteres não puderam entrar. Na reunião, estavam o
vice-presidente José Alencar e os
ministros que o acompanharam
na viagem, entre eles, Antonio Palocci (Fazenda), Luiz Fernando
Furlan (Desenvolvimento) e José
Dirceu (Casa Civil).
José Alencar, após o final do encontro, disse que preferia não comentar as denúncias contra o presidente do BC. Ele argumentou
que, como criticava muito a política de juros do Banco Central, seria inadequado fazer qualquer comentário a respeito do presidente
da instituição.
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