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Senador minimiza pedido ao STF e ataca revista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Renan Calheiros
minimizou ontem o pedido de
abertura de inquérito para investigá-lo feito pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao Supremo e atacou a revista "Veja",
que publicou reportagem dizendo que ele usou "laranjas"
em um negócio.
"Há mais de 15 dias que eu
pedi ao procurador-geral que
fizesse uma investigação. Eu
abri o meu sigilo [bancário e fiscal]. Vocês não divulgaram porque não quiseram, mas eu mandei uma carta ao procurador-geral pedindo que ele abrisse
uma investigação para que eu
pudesse demonstrar todas as
minhas verdades", disse.
Ele distribuiu ontem à imprensa essa carta, datada de 10
de julho. Nela, diz que o Conselho de Ética estava sendo pressionado pela imprensa, que
"distorce a verdade dos fatos" e
levaria senadores a cometer
"ilícitos procedimentais".
No documento ele também
se queixa da Polícia Federal estar fazendo perícia em documentos apresentados por ele
sem autorização do STF. "Espero, com essa atitude, contribuir para a descoberta da verdade real, afastando assim as
sombras que os inimigos da
verdadeira Justiça tentam lançar sobre a minha conduta."
Ontem o senador se concentrou nos ataques à revista "Veja". "O que todo mundo quer
saber é por que essa revista está
me pegando como cortina de
fumaça. Fica discutindo coisas
menores, que não interessam à
sociedade, quando deixa na
obscuridade um negócio de R$
1 bilhão que é a venda da TVA,
da editora Abril, que é proprietária da revista Veja, a uma empresa internacional."
A compra da TVA pela empresa espanhola Telefônica foi
anunciada em outubro, mas só
no último dia 18 a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) deliberou sobre o
assunto, impondo restrições a
uma parte da operação e liberando o restante.
Na edição desta semana, "Veja" afirma que o senador seria o
dono oculto de duas rádios em
Alagoas que teriam sido pagas
em dinheiro vivo. Renan também enviou carta aos senadores: "Como é notório, uma revista semanal, sem limites éticos e qualquer critério jornalístico, travestida de tribunal político, vem difundindo inverdades, tentando desonrar o mandato que me foi legitimamente
outorgado pelo povo de Alagoas, e dificultar a minha permanência na direção da Casa".
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