São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Cresce o bolo do PT

Balanço feito pelo PT a partir dos dados que as campanhas do partido apresentariam ontem ao TSE indicam que a arrecadação "tomou corpo". Candidatos como Marta Suplicy (São Paulo) e João da Costa (Recife) e mesmo outros que não lideram, mas estão em ascensão nas pesquisas, como Luizianne Lins (Fortaleza) e Walter Pinheiro (Salvador), registraram aumento significativo nas doações recebidas.
Na reta final do primeiro turno, a direção adotará como regra destinar os recursos "não-carimbados", ou seja, doados ao PT genericamente, para quem estiver em franca subida ou enfrentando disputa acirrada. Candidatos com a vida ganha, como João Coser (Vitória), ou irremediavelmente perdidos, como Alessandro Molon (Rio), não verão a cor do dinheiro.

Garantido. Numa conversa reservada, Lula disse que seria bom se Marta vencesse no primeiro turno. Acha que o segundo, contra Alckmin ou Kassab, não será moleza.

O mundo gira. Depois de se reaproximar do PT e aceitar ser vice na chapa de Marta, Aldo Rebelo -quem diria!- resolveu estudar inglês. O deputado do PC do B, conhecido pelo combate aos estrangeirismos e pelo projeto que instituiu o Dia do Saci, está conciliando a campanha com um curso intensivo do idioma.

Pancadão. Vice na chapa tucana em São Paulo, o deputado Campos Machado (PTB) deixou de lado o jingle que embala a campanha na TV e encomendou um outro, misto de sertanejo e forró, para suas incursões na periferia: "Aumente o som/ Solte o pancadão/ Geraldo Alckmin vai ganhar a eleição". No meio da letra há um "com a força do povo", bordão de Lula em 2006.

Alerta vermelho 1. O PSDB, que antes do início da campanha de TV liderava com folga em São José dos Campos, assiste ao empate de Carlinhos Almeida (PT) com o prefeito Eduardo Cury.

Alerta vermelho 2. O medo de zebra na cidade que governa há três mandatos fez com que o PSDB providenciasse a toque de caixa uma gravação de José Serra para o programa de Cury. O ex-prefeito tucano Emanuel Fernandes deve se licenciar do mandato de deputado federal para pilotar a campanha.

Plus. Em ascensão meteórica em Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) ainda busca, para completar seu sortido álbum de padrinhos, o apoio formal do arredio Itamar Franco. O candidato de Aécio Neves e Fernando Pimentel fez uma visita ao ex-presidente na semana passada, mas a declaração ainda não veio.

Até tu? Embora patrocinada pela senadora Kátia Abreu, expoente do DEM, Nilmar Ruiz não está nem aí: faz campanha em Palmas exibindo fotos suas ao lado de Lula, além de frase (ficcional) em que o presidente "diz" que, se a candidata for eleita, a capital do Tocantins será muito bem tratada pelo Planalto.

Varredura. A CPI dos Grampos vai requisitar um técnico do TCU para analisar todas as auditorias que mencionam gastos da Abin em anos recentes. Pretende ainda remeter à Controladoria Geral da União um parecer listando a sucessão de alertas sobre o descontrole do fluxo de caixa da agência.

Como fazer. Os deputados também querem convocar um especialista em maletas grampeadoras para explicar as diferenças entre o material disponível no mercado e o que foi adquirido pelo governo.

Isca. O material que o mais novo ministério da Esplanada preparou para a Semana Nacional da Pesca inclui um gordo livreto com as diferenças entre peixes frescos, salgados e congelados, benefícios para a saúde e até três dicas de receitas. Um batalhão de pessoas faz a distribuição por restaurantes de Brasília. Tudo com a logomarca da pasta cuja criação ainda não foi aprovada pelo Congresso.


com VERA MAGALHAES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Para fazer guerra política, a oposição inventa até agente secreto de crachá. O Brasil tem de cuidar seriamente de questões estratégicas, entre elas as de segurança e inteligência."
Da senadora IDELI SALVATTI (PT-SC), contra a proposta do colega Demóstenes Torres (DEM-GO) de criar uma ouvidoria para que o Congresso tenha acesso às atividades, hoje sigilosas, da Abin.

Contraponto

Dupla provocação

Convidado a discursar num evento que reuniu políticos e empresários na terça-feira passada em São Paulo, o presidenciável Ciro Gomes e a filha Lívia, que o acompanhava, aproveitaram os intervalos da extensa programação para fumar na ante-sala do auditório. Num desses momentos, o deputado do PSB engatou uma conversa com os jornalistas sobre a eleição de 2010.
-O Aécio é meu amigo. Tenho certeza de que ele seria muito bom para o país-, comentou Ciro.
Passando por ali, um assessor viu as baforadas, ouviu o elogio e não resistiu:
-Imagine se o Serra resolve chegar agora...


Próximo Texto: Kassab encosta em Alckmin e acirra disputa por 2ª vaga
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.