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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Cresce o bolo do PT
Balanço feito pelo PT a partir dos dados que as campanhas do partido apresentariam ontem ao TSE indicam que a arrecadação "tomou corpo". Candidatos
como Marta Suplicy (São Paulo) e João da Costa (Recife) e mesmo outros que não lideram, mas estão em
ascensão nas pesquisas, como Luizianne Lins (Fortaleza) e Walter Pinheiro (Salvador), registraram aumento significativo nas doações recebidas.
Na reta final do primeiro turno, a direção adotará
como regra destinar os recursos "não-carimbados",
ou seja, doados ao PT genericamente, para quem estiver em franca subida ou enfrentando disputa acirrada. Candidatos com a vida ganha, como João Coser
(Vitória), ou irremediavelmente perdidos, como Alessandro Molon (Rio), não verão a cor do dinheiro.
Garantido. Numa conversa
reservada, Lula disse que seria bom se Marta vencesse no
primeiro turno. Acha que o
segundo, contra Alckmin ou
Kassab, não será moleza.
O mundo gira. Depois de
se reaproximar do PT e aceitar ser vice na chapa de Marta,
Aldo Rebelo -quem diria!-
resolveu estudar inglês. O deputado do PC do B, conhecido
pelo combate aos estrangeirismos e pelo projeto que instituiu o Dia do Saci, está conciliando a campanha com um
curso intensivo do idioma.
Pancadão. Vice na chapa
tucana em São Paulo, o deputado Campos Machado (PTB)
deixou de lado o jingle que
embala a campanha na TV e
encomendou um outro, misto
de sertanejo e forró, para suas
incursões na periferia: "Aumente o som/ Solte o pancadão/ Geraldo Alckmin vai ganhar a eleição". No meio da letra há um "com a força do povo", bordão de Lula em 2006.
Alerta vermelho 1. O
PSDB, que antes do início da
campanha de TV liderava
com folga em São José dos
Campos, assiste ao empate de
Carlinhos Almeida (PT) com
o prefeito Eduardo Cury.
Alerta vermelho 2. O
medo de zebra na cidade que
governa há três mandatos fez
com que o PSDB providenciasse a toque de caixa uma
gravação de José Serra para o
programa de Cury. O ex-prefeito tucano Emanuel Fernandes deve se licenciar do
mandato de deputado federal
para pilotar a campanha.
Plus. Em ascensão meteórica em Belo Horizonte, Márcio
Lacerda (PSB) ainda busca,
para completar seu sortido álbum de padrinhos, o apoio
formal do arredio Itamar
Franco. O candidato de Aécio
Neves e Fernando Pimentel
fez uma visita ao ex-presidente na semana passada, mas a
declaração ainda não veio.
Até tu? Embora patrocinada pela senadora Kátia Abreu,
expoente do DEM, Nilmar
Ruiz não está nem aí: faz campanha em Palmas exibindo
fotos suas ao lado de Lula,
além de frase (ficcional) em
que o presidente "diz" que, se
a candidata for eleita, a capital
do Tocantins será muito bem
tratada pelo Planalto.
Varredura. A CPI dos
Grampos vai requisitar um
técnico do TCU para analisar
todas as auditorias que mencionam gastos da Abin em
anos recentes. Pretende ainda
remeter à Controladoria Geral da União um parecer listando a sucessão de alertas
sobre o descontrole do fluxo
de caixa da agência.
Como fazer. Os deputados
também querem convocar
um especialista em maletas
grampeadoras para explicar
as diferenças entre o material
disponível no mercado e o que
foi adquirido pelo governo.
Isca. O material que o mais
novo ministério da Esplanada
preparou para a Semana Nacional da Pesca inclui um gordo livreto com as diferenças
entre peixes frescos, salgados
e congelados, benefícios para
a saúde e até três dicas de receitas. Um batalhão de pessoas faz a distribuição por restaurantes de Brasília. Tudo
com a logomarca da pasta cuja
criação ainda não foi aprovada pelo Congresso.
com VERA MAGALHAES e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"Para fazer guerra política, a oposição inventa
até agente secreto de crachá. O Brasil tem de
cuidar seriamente de questões estratégicas,
entre elas as de segurança e inteligência."
Da senadora IDELI SALVATTI (PT-SC), contra a proposta do colega
Demóstenes Torres (DEM-GO) de criar uma ouvidoria para que
o Congresso tenha acesso às atividades, hoje sigilosas, da Abin.
Contraponto
Dupla provocação
Convidado a discursar num evento que reuniu políticos
e empresários na terça-feira passada em São Paulo, o presidenciável Ciro Gomes e a filha Lívia, que o acompanhava, aproveitaram os intervalos da extensa programação
para fumar na ante-sala do auditório. Num desses momentos, o deputado do PSB engatou uma conversa com os
jornalistas sobre a eleição de 2010.
-O Aécio é meu amigo. Tenho certeza de que ele seria
muito bom para o país-, comentou Ciro.
Passando por ali, um assessor viu as baforadas, ouviu o
elogio e não resistiu:
-Imagine se o Serra resolve chegar agora...
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