NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Alcides Tápias já estava com FHC, à tarde, mas nem Globo nem Globo News nem Band arriscavam dizer que ele era o novo ministro do Desenvolvimento.
No anúncio, como mostraram os telejornais, até o porta-voz parecia aliviado:
- Alcides Tápias aceitou.
Aceitou o que a Globo achou preciso qualificar, nas manchetes do Jornal Nacional:
- Um dos cargos mais importantes do governo.

Romário sentiu o peso da impopularidade de FHC.
Proibido de voltar a defender o presidente, como gritaram as manchetes da Record e da Band, ele tentou explicar, de cabeça e voz baixa, as camisetas do fim-de-semana.

FHC deu entrevista pelo terceiro domingo, agora para a Rede Pública -que mistura Cultura, financiada pelo governo paulista, e TVE, financiada pelo governo federal, ambos tucanos.
A primeira entrevista, no Fantástico, antecedeu a "Marcha dos 100 Mil". A de anteontem, no Conexão Roberto Dávila, reagiu antecipadamente ao "Grito dos Excluídos", programado para hoje.
"Grito dos Excluídos", aliás, que passou despercebido nos telejornais de ontem.

Collor seguiu o exemplo de FHC e saiu com longas entrevistas, domingo. Uma na Rede TV!, outro no Canal São Paulo, na TV a cabo.
Nas duas, chamou menos atenção pelo que disse do que pelo que disseram os entrevistadores.
Na Rede TV!, o apresentador saiu com frases como:
- Aos 50 anos, Fernando Collor de Mello desafia seus inimigos e anuncia sua volta à política.
No Canal São Paulo não foi melhor. Do entrevistador, no fim do programa:
- Muita sorte no seu desafio, presidente.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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