São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2000

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PAINEL

Divergências no ninho
Os tucanos do governo federal se dividiram em relação ao apoio que o PSDB deveria dar a Marta. Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral), por exemplo, preferia uma posição mais cautelosa. Pensava na base de apoio e nas votações no Congresso. Mas Serra (Saúde) se impôs como um dos artífices da decisão.

Suspense tucano
FHC deixou solta a discussão interna no alto tucanato. A decisão da seção paulista, que o presidente endossou, pode ter reflexos nas votações do Congresso, mas deixa também PMDB e PFL no mínimo inseguros sobre os próximos passos do PSDB.

Contorcionismo verbal
Teotonio Vilela (AL), presidente do PSDB, ligou ontem para Covas. Para explicar que a decisão da Executiva Nacional não foi de recomendar "neutralidade" em relação ao PT nas cidades onde os tucanos não disputam o segundo turno. "Nós liberamos as seções regionais."

Titanic baiano
Explicação interessada de um ministro rival de ACM para as investidas do baiano contra FHC e a atuação de ministérios durante a campanha eleitoral: "Ele percebeu que Sarney não vai embarcar na sua canoa furada para barrar a eleição de Jader à presidência do Senado".

Ladeira abaixo
O PDT de Minas Gerais deve declarar apoio ao candidato tucano João Leite a prefeito de Belo Horizonte. Na próxima semana. É mais um sinal de que Leonel Brizola já não canta de galo na legenda. O caudilho havia vetado alianças com o PSDB.

Cardápio frugal
Pedro Parente (Casa Civil) e Rodolpho Tourinho (Minas e Energia) almoçaram ontem em um restaurante de Brasília. Deram boas risadas. Nada a ver com o tiroteio entre ACM, amigo dos dois, e FHC. Dessa vez, a gerência da crise ficou com a área política do Planalto.

Lei do silêncio
Reunida em São Paulo, a Executiva Nacional do PT decidiu fazer um pacto de silêncio até o segundo turno em relação ao pedido de apoio do casal Suplicy a Romeu Tuma. Quer evitar dar a Maluf o argumento de que no PT "ninguém se entende".

Unidos no erro
No comando da campanha de Marta já há quem defina o episódio como um erro. "Mas a responsabilidade não é só de Suplicy. Foi uma bobeada geral."

A voz dos donos
Covas e Serra resolveram em almoço que o PSDB apoiaria incisivamente Marta no segundo turno. A reunião do partido à noite serviu apenas para oficializar a decisão, que contrariou vários tucaninhos paulistas.

Muro da saudade
Arnaldo Madeira, por exemplo, líder do governo na Câmara, não queria que o partido apoiasse Marta oficialmente. Anteontem, em reunião da bancada, defendeu que fossem feitas apenas manifestações pessoais de voto à candidata petista.

Matemática covista
Nos cálculos de Covas, quanto mais tímido fosse o apoio dos tucanos a Marta, menor seria o crédito do PSDB na (eventual) vitória sobre Maluf. "Até hoje ouço que, se não fosse a Marta, não teria vencido Maluf em 98", tem repetido o governador.

Frente ampla
Depois de Quércia, mais um problemão para Marta: o PTB de Campos Machado vai se reunir na segunda-feira para anunciar que apóia, sim, a petista.

Últimos factóides
Derrotado para a Câmara, Carlos Venturelli será nomeado novamente para o Contru, órgão que fiscaliza imóveis em SP. Com uma missão de Pitta: atacar os "cadeiões" de Covas.

Visita à Folha
O ministro da Saúde, José Serra, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO
De Domingos Leonelli, presidente do PSB-BA, sobre ACM reclamar da interferência de ministros na eleição baiana, em favor de seus adversários:
- ACM não está sofrendo um milésimo do que a oposição ao carlismo tem passado nos últimos 30 anos na Bahia.

CONTRAPONTO
Defeitos que enobrecem

Na reta final do primeiro turno da eleição municipal, Teotonio Vilela Filho, presidente do PSDB, chegou a fazer cinco comícios diários em Alagoas.
Na correria, Teo Vilela, como é chamado, tinha pouco tempo para se inteirar da situação de cada município visitado antes de subir nos palanques.
Dias antes da eleição, esteve em Novo Lino, na zona da mata alagoana. Era o terceiro comício do dia. Depois de Novo Lino, o tucano iria a outros dois municípios. Apressado, pediu aos correligionários um perfil do adversário, para atacá-lo no discurso.
Um dos aliados ali presentes não se fez de rogado:
- É boêmio, mulherengo, cachaceiro...
Impaciente, Teo Vilela logo o interrompeu:
- Vamos mais rápido. Não precisa falar das qualidades. Fale só dos defeitos do homem!


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