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Diminui proporção dos "sem-partido"
ESPECIAL PARA A FOLHA
Quase a metade do eleitorado
nacional não tem preferência partidária alguma, mas esse grupo
"despartidarizado" da população
parece estar em queda.
Há dois anos, as pessoas sem
preferência por partido político
somavam 62% do eleitorado nacional. Desde então esse percentual sofreu várias quedas sucessivas, até bater em um piso de 46%,
em março deste ano. Voltou ao
patamar de 53% e ficou estável
entre junho e setembro.
Para os presidenciáveis governistas, a queda do percentual de
eleitores "despartidarizados" não
é uma boa notícia. É entre eles que
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem
seu pior desempenho: apenas
23% de intenção de voto contra
35% no conjunto do eleitorado.
O "sem-partido" é em geral mulher (59% das eleitoras, contra
41% dos homens), tem média de
idade pouco superior à do eleitorado (38,9 anos contra 36,9 anos),
tende a ser menos escolarizado
(64% com instrução até o 1º grau,
contra 60% na média do eleitorado) e presença maior na classe E
(11% contra 8% da média).
Ele acompanha a média da opinião pública em quase tudo, como na avaliação do governo FHC.
O único ponto que deixa clara
uma diferença é sua visão sobre o
principal problema do país: para
eles, a violência aparece em segundo lugar, com 12% de citações, contra 7% na média geral do
eleitorado, superando questões
como miséria e saúde.
Simpatia x voto
É verdade que, ao se confrontar
os dados sobre simpatia partidária com os resultados das eleições
nacionais de 1998, percebe-se que
a declaração de preferência por
um partido não implica automaticamente que essas pessoas vão
votar em candidatos daquela legenda. Na prática, para a maioria
do eleitorado a escolha do candidato precede a escolha do partido.
Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o partido que mais
recebeu votos nas últimas eleições
parlamentares foi o PSDB: 11,682
milhões. Em segundo lugar, quase empatado, veio o PFL, com
11,525 milhões de votos. O terceiro lugar ficou para o PMDB, com
10,106 milhões de votos. O PT ficou apenas com a quarta colocação, com 8,786 milhões de votos.
O ranking praticamente se repetiu no primeiro turno da eleição
para prefeito realizada no ano
passado: na ordem, PSDB (13,508
milhões de votos), PMDB (13,258
milhões), PFL (12,970 milhões) e
PT (11,939 milhões).
Ou seja: apenas cerca de metade
daqueles que se declaram simpatizantes do PT de fato acabaram
votando em candidatos petistas.
Já os partidos da base governista,
notadamente PSDB e PFL, mais
do que dobraram sua votação, se
comparada ao número de simpatizantes. Isso porque se beneficiam não só de "defecções" de
simpatizantes de outros partidos,
mas porque são os principais depositários dos votos da metade
dos "sem-partido".
(JRT)
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