São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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RETA FINAL
Executivo prepara medida provisória para criar 51 cargos especiais
Governo finaliza a sede e a agenda para a transição

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Independentemente do resultado do primeiro turno das eleições, a partir da próxima quinta-feira estará pronta a sede do governo de transição. Será um conjunto de salas localizado no caminho entre os palácios do Planalto e da Alvorada no qual o presidente eleito, seus 51 indicados e outros membros de sua equipe começarão a examinar os arquivos da gestão Fernando Henrique Cardoso e tomarão suas primeiras decisões administrativas.
Nos próximos dias, o governo deve editar uma medida provisória que cria os 51 "cargos especiais de transição de governo", com salários que vão de R$ 1.220 a R$ 8.000 e responsabilidades administrativas, civis e penais de funcionários públicos.
As atividades de transição foram organizadas de forma a impedir influências do setor privado, improvisos e desinformação.
No entanto, a determinação do presidente no sentido da ampla cooperação foi pautada por duas preocupações: a possibilidade de inexperiência do novo governo e a vulnerabilidade à especulação financeira.
A transição terá duas faces: técnica e política. Por um lado, haverá um portal eletrônico que reúne a Agenda Cem, a lista de projetos com dificuldades específicas e o glossário de governo. Esses documentos reúnem os principais compromissos dos cem primeiros dias de governo, os projetos para os quais a atual gestão ainda busca consenso para implementação e uma lista de siglas e programas. No total, o banco de dados tem 8.000 registros, tudo guardado a sete chaves.
Por outro lado, o presidente eleito deve viajar com FHC ao exterior e participar de negociações com o Fundo Monetário Internacional e com o Congresso Nacional. Também indicará 23 ministros e 604 funcionários de cargos de alto nível.

Novos ministros
Conforme os novos ministros forem nomeados, eles poderão se encontrar com os atuais e terão acesso a informações confidenciais. Além disso, outros dois funcionários de cada pasta estarão à disposição da equipe de transição.
O presidente eleito terá um gabinete de 34 mē, com vista para o lago Paranoá, em Brasília, além de sala de reuniões e banheiro privativos. A Polícia Federal cuidará de sua segurança pessoal.
A imprensa terá sala própria e será credenciada pela assessoria do governo de transição.
A sede de transição, um trecho do primeiro andar no Centro de Formação do Banco do Brasil que foi cedido em comodato à Presidência, conta com infra-estrutura de salas de reuniões, salões de grupos temáticos e gabinetes para assessores especiais. Móveis, computadores, linhas telefônicas e pessoal de manutenção e limpeza são "cortesia" do banco.


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