DA REDAÇÃO

A comunidade financeira internacional segue trabalhando com a hipótese de uma vitória de Lula no segundo turno. "A margem de diferença é tão grande que dificilmente haveria reversão em três semanas", afirmou, de Nova York, o empresário Mário Garnero, presidente do Brasilinvest.
Garnero, que tem se encontrado com lideranças políticas e empresariais dos EUA, afirmou que a comunidade financeira internacional receberia com naturalidade a vitória de Lula.
Nas rodas frequentadas por Garnero em Nova York, Lula é tido como um político ideologicamente próximo a Tony Blair, o primeiro-ministro britânico. Esse foi o tom de uma conversa num jantar para dez pessoas, em Nova York, na semana passada, do qual participaram o banqueiro David Rockefeller, Nemir Kirdar, do Investcorp, e James Wolfenson (presidente do Banco Mundial).
O economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos) acredita que a volatilidade do mercado irá continuar até que sejam anunciadas a linha econômica e quem irá conduzir o Banco Central e o Ministério da Fazenda.
Para Synésio Baptista da Costa, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), o cenário para o segundo turno é bom. "Tanto o Lula quanto o Serra terão de dialogar com o empresariado, ouvir nossas sugestões. Sem esse diálogo será impossível para qualquer um dos dois cumprir suas promessas de geração de empregos", disse.
Já para Boris Tabacof, presidente do conselho de administração da Cia. Suzano de Papel e Celulose, o eleito terá uma limitação grande de agir. "José Serra tem capacidade e conhecimento indiscutível, mas, nessa altura não faz diferença quem ganha a eleição."
As principais centrais sindicais do país trabalham com a hipótese de uma vitória de Lula no segundo turno. Tanto CUT (Central Única dos Trabalhadores) como Força Sindical preparam uma pauta de discussões para tratar com o petista, caso ele seja eleito.



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