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"Caciquismo eleitoral" sai fraturado da eleição deste ano
JOSIAS DE SOUZA
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O eleitor de São Paulo é responsável por uma das mais vistosas
surpresas da eleição de 2002: a exclusão de Paulo Maluf (PPB) da
disputa, em segundo turno, pelo
governo do maior Estado do país.
Embora menos surpreendente,
a notícia dada pelo eleitor a Orestes Quércia (PMDB) tornou-o
parceiro de infortúnio de Maluf.
Ele está fora da disputa por uma
das vagas do Estado no Senado.
O "caciquismo eleitoral" sai das
urnas fraturado. Newton Cardoso
(PMDB), uma espécie de Maluf
de Minas, foi surrado pelo eleitor.
Não bastasse a vitória em primeiro turno do desafeto Aécio Neves,
Newton chega ao final do embate
pelo governo com uma votação
que roça escassos 10%, algo humilhante para um ex-governador.
Outro ex-governador derrotado
é Antônio Britto (PPS), que entrou como alternativa ao petismo
gaúcho. O eleitor viu no azarão
Germano Rigotto (PMDB), no segundo turno com Tarso Genro
(PT), opção melhor.
No Rio, Leonel Brizola, morubixaba do PDT, fracassou naquela
que pode ter sido a sua última disputa eleitoral. Embora se julgue
preparado para a Presidência,
Brizola rebaixou-se à refrega pelo
Senado. O eleitor disse não.
O ex-senador Jader Barbalho,
manda-chuva do PMDB do Pará,
aviltou-se mais ainda. Cotado para o governo do Estado e para o
Senado, concorreu à Câmara. Deve eleger-se. Mas volta a Brasília
politicamente de joelhos.
Outro que chega a Brasília menor do que planejou é Tasso Jereissati (PSDB-CE). Praticamente
eleito para o Senado, amarrou o
seu prestígio à trajetória de Ciro
Gomes. Vê a pretensão de disputar a presidência do Senado ruir
com a candidatura do pupilo.
O aroma liberado pelas urnas
põe fim a uma antiga lenda: o faro
do PFL não é mais o mesmo. O
partido, no governo desde Cabral,
tornou-se uma nau sem rumo. A
exemplo de Tasso, seus dois principais líderes, Antonio Carlos Magalhães (BA) e Jorge Bornhausen
(SC) -seu filho, Paulinho, foi
derrotado na corrida pelo Senado- , foram a pique com Ciro. O
partido se reúne no próximo dia
9, para tentar juntar os cacos.
Também Iris Resende (PMDB-GO) pode ser barrado na tentativa
de reeleger-se para o Senado.
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