São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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MATO GROSSO DO SUL

Rompimento com o vice tira de Zeca do PT a vitória no 1º turno

FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O rompimento do governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, 52, com o vice-governador Moacir Kohl (PDT), em junho passado, é avaliado como o fator decisivo que, até a conclusão da edição, estava levando a eleição para o segundo turno no Mato Grosso do Sul.
Com 98,8% das urnas apuradas até a 1h20 de hoje, Zeca tinha 48,4% dos votos e Marisa Serrano (PSBD), 55, contava 42,4%.
Kohl, que inicialmente se candidataria ao Senado, decidiu se lançar ao governo a poucos dias do prazo final das inscrições, depois que o PT rompeu a aliança branca ao lançar dois candidatos a senador. Ele estava na terceira colocação, com 5,3% dos votos.
"O resultado mostrou ao PT que não se ganha eleição sozinho", disse Kohl, em entrevista à Agência Folha. Ele disse que só irá definir seu apoio no segundo turno esta semana.
Acusando o PT de traição, o PDT e o PPS, que formam a coligação Frente Trabalhista no Estado, decidiram lançar candidatura própria. O PT ofereceu a vaga ao Senado, mas já era tarde demais.
Durante a campanha, Kohl criticou o ex-aliado. Em debate na semana passada, o pedetista classificou de "acintosos" os gastos da campanha petista e disse que o governo estadual está quebrado.
O vice-governador, no entanto, não teve a unanimidade de seu partido. Diversas lideranças, como o presidente da Assembléia, Ary Rigo, apoiaram Zeca do PT.
Deputada federal, Marisa Serrano, 57, só entrou na disputa porque o prefeito de Campo Grande, André Puccinelli (PMDB), desistiu de renunciar ao mandato para disputar o governo.
Além de Puccinelli, maior adversário político de Zeca do PT no Estado, Serrano também conta com o apoio do presidente do Senado, Ramez Tebet, que deve ser reeleito com tranquilidade.
Serrano também deve receber o apoio do PTB e do PFL, que lançaram o petebista Carlos Marun. Considerado "laranja" da tucana, o petebista também passou a campanha atacando Zeca do PT.
O petista esteve à frente em todas as pesquisas desde o final de março, quando Puccinelli (PMDB), que até então liderava, desistiu de renunciar ao mandato para disputar o governo.
A decisão de Puccinelli, maior adversário político de Zeca, surpreendeu os aliados e parecia ter aberto o caminho para o petista.


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