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MATO GROSSO DO SUL
Rompimento com o vice tira de Zeca do PT a vitória no 1º turno
FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O rompimento do governador
José Orcírio dos Santos, o Zeca do
PT, 52, com o vice-governador
Moacir Kohl (PDT), em junho
passado, é avaliado como o fator
decisivo que, até a conclusão da
edição, estava levando a eleição
para o segundo turno no Mato
Grosso do Sul.
Com 98,8% das urnas apuradas
até a 1h20 de hoje, Zeca tinha
48,4% dos votos e Marisa Serrano
(PSBD), 55, contava 42,4%.
Kohl, que inicialmente se candidataria ao Senado, decidiu se lançar ao governo a poucos dias do
prazo final das inscrições, depois
que o PT rompeu a aliança branca
ao lançar dois candidatos a senador. Ele estava na terceira colocação, com 5,3% dos votos.
"O resultado mostrou ao PT
que não se ganha eleição sozinho", disse Kohl, em entrevista à
Agência Folha. Ele disse que só irá
definir seu apoio no segundo turno esta semana.
Acusando o PT de traição, o
PDT e o PPS, que formam a coligação Frente Trabalhista no Estado, decidiram lançar candidatura
própria. O PT ofereceu a vaga ao
Senado, mas já era tarde demais.
Durante a campanha, Kohl criticou o ex-aliado. Em debate na
semana passada, o pedetista classificou de "acintosos" os gastos da
campanha petista e disse que o
governo estadual está quebrado.
O vice-governador, no entanto,
não teve a unanimidade de seu
partido. Diversas lideranças, como o presidente da Assembléia,
Ary Rigo, apoiaram Zeca do PT.
Deputada federal, Marisa Serrano, 57, só entrou na disputa porque o prefeito de Campo Grande,
André Puccinelli (PMDB), desistiu de renunciar ao mandato para
disputar o governo.
Além de Puccinelli, maior adversário político de Zeca do PT no
Estado, Serrano também conta
com o apoio do presidente do Senado, Ramez Tebet, que deve ser
reeleito com tranquilidade.
Serrano também deve receber o
apoio do PTB e do PFL, que lançaram o petebista Carlos Marun.
Considerado "laranja" da tucana,
o petebista também passou a
campanha atacando Zeca do PT.
O petista esteve à frente em todas as pesquisas desde o final de
março, quando Puccinelli
(PMDB), que até então liderava,
desistiu de renunciar ao mandato
para disputar o governo.
A decisão de Puccinelli, maior
adversário político de Zeca, surpreendeu os aliados e parecia ter
aberto o caminho para o petista.
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