São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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RIO GRANDE DO SUL

Peemedebista cresce, ganha apoio de Antônio Britto (PPS) e vai ao segundo turno

Rigotto surpreende e ultrapassa petista

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

XICO SÁ
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

O crescimento de reta final de Germano Rigotto, 53, garantiu ao peemedebista a vaga no segundo turno contra Tarso Genro (PT), 55, no Rio Grande do Sul. Rigotto superou Tarso, e a surpresa ficou por conta do encolhimento da candidatura de Antônio Britto (PPS), 50, -que já declarou voto no PMDB no dia 27 de outubro.
Segundo apuração de mais de 85% das urnas, Rigotto teve 41% dos votos, contra 37% de Tarso.
A boa performance de Rigotto poderia estar interferindo positivamente na do presidenciável José Serra, que tinha desempenho acima da média brasileira no Estado: 33,27%, contra 44,3% de Luiz Inácio Lula da Silva às 21h05.
Pesquisa de boca-de-urna do Ibope dava o seguinte resultado: Rigotto com 40%, Tarso com 37% e Britto com 13%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos. Foram ouvidas 21 mil pessoas em 21 municípios.
Britto admitiu a derrota e disse ter ficado contente com o bom desempenho da oposição ao PT no Estado. "O cidadão Antônio Britto estará no dia 27 votando em Germano Rigotto", disse.
Ex-governador (94-98) e derrotado numa apertada disputa na eleição passada, Britto chegou a liderar a disputa eleitoral. Ontem, pontuou na casa dos 10%.
Para o segundo turno, o quadro teoricamente favorece Rigotto, que já tem apoio informal dos candidatos Britto e Celso Bernardi (PPB). Há, no entanto, peculiaridades locais que serão trabalhadas por Tarso e Rigotto.
Surge, também, uma nova situação: como Tarso e Britto polarizaram quase todo o primeiro turno, Rigotto foi poupado. Agora, terá de se expor.
Quanto ao PDT, que apoiou Britto no primeiro turno sob o pretexto de que havia interesse maior em relação ao pleito nacional (o apoio a Ciro Gomes -PPS), a situação é indefinida. A tendência é de o partido se dividir.
Rigotto procurou, ao saber da pesquisa de boca-de-urna, manter a ponderação: "Sou a favor de um projeto novo para o Rio Grande. Confronto de idéias é muito natural. Mas espero que o segundo turno seja como o primeiro".
Dizendo ter ao seu lado parte do PDT, Tarso disse ter o apoio de Lula e definiu seu projeto para o segundo turno. "Uma frente em defesa do Rio Grande, de uma articulação regional com o projeto nacional de Lula presidente; do setor público e dos servidores; das nossas empresas, da nossa agricultura e em defesa dos direitos conquistados desde a Constituição de 1988, que tanto tem sofrido sua desconstituição com os governos de centro-direita."
Acompanhado do governador Olívio Dutra (PT) e do vice Miguel Rossetto (candidato à reeleição pelo PT), Tarso votou às 8h10, em Porto Alegre. Rigotto votou em Caxias do Sul (a 120 km de Porto Alegre), às 9h05. Com temperatura em torno de 30 graus, a militância saiu em peso às ruas. Houve poucos incidentes.


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