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PMDB governista deve aumentar seu empenho
KENNEDY ALENCAR
EM SÃO PAULO
A passagem de José Serra ao segundo turno deverá forçar a ala
governista do PMDB a se empenhar mais pela vitória do tucano.
Até o primeiro turno, apenas o
núcleo duro do grupo governista
estava para valer no projeto presidencial de Serra.
Mais: a ida do tucano para a segunda fase deverá interromper
um segundo movimento de aproximação entre o grupo e a candidatura presidencial de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT). A eventual vitória de Lula é um plano B do
PMDB governista, já que a ala
oposicionista abraçou a candidatura petista desde o seu início.
Se Serra virar o jogo contra Lula,
o PMDB governista terá dado o
seu grande lance. Com uma eventual vitória de Serra, o PMDB deverá ter três ministérios, a Vice-Presidência e a presidência de
uma das duas Casas do Congresso
(Câmara ou Senado).
O partido deverá eleger entre 80
e 90 deputados federais e continuar a estar entre as três maiores
forças da Câmara. No Senado, deverá ser a primeira ou segunda
bancada, com mais de 20 representantes.
O grupo viabilizou a aliança formal com o PSDB, o que nem o
presidente Fernando Henrique
Cardoso conseguiu em 1998,
quando disputou a reeleição. Detalhe: FHC tem melhor relacionamento pessoal com os dirigentes
governistas do que Serra, mas a
obstinação do tucano ajudou o
grupo a derrotar a ala oposicionista e fechar a aliança que garantiu um tempo de TV decisivo no
horário eleitoral gratuito.
Foi esse tempo que permitiu a
Serra fazer uma campanha extremamente negativa contra Ciro
Gomes (PPS), visto pelo PMDB
como a pior alternativa para o seu
futuro, já que o pepessista é aliado
de pefelistas que são inimigos
mortais de caciques peemedebistas. Exemplo: o líder do PMDB na
Câmara, Geddel Vieira Lima, é
adversário na política baiana de
Antonio Carlos Magalhães (PFL).
ACM apoiou Ciro oficialmente,
apesar de ter deslizado para a candidatura Lula, com a qual sempre
manteve boa relação, até mesmo
com conversas secretas com
membros da cúpula petista, como
o presidente do partido, o deputado federal José Dirceu (SP), e o
próprio Lula.
Caso o petista vença, o grupo
governista deverá enfrentar um
novo duelo com os oposicionistas
pelo controle do partido. A história recente desses conflitos tem
dado aos governistas a maioria
das vitórias. É o que tende a continuar acontecendo.
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