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SEGUNDO TURNO
Candidato do PSB alega que quebra de 530 urnas (2% do total) pode ter atrapalhado votação de eleitores
Garotinho fala em pedir impugnação no Rio
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
PEDRO SOARES
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS
O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, disse ontem que vai entrar no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com pedido de impugnação da eleição no
Rio, caso o número de votantes
tenha sido baixo no Estado em razão dos problemas técnicos nas
urnas eletrônicas. Ele sugeriu que
a situação poderia favorecer o
candidato tucano José Serra.
"Isso é muito estranho e acontece logo no Estado onde o Serra
não tem voto? Em todas as pesquisas, o máximo que ele alcançou aqui foi 9%, e o meu mínimo
ficou entre 35% e 39%. Há uma
diferença de 30 pontos", disse.
Ainda no aeroporto Santos Dumont, pouco depois de desembarcar de Campos (norte fluminense), ao lado da mulher, a candidata ao governo do Rio, Rosinha Matheus, o presidenciável
disse que anteontem fora informado por um funcionário do TSE
de que poderia haver problemas
na votação no Estado.
"Fui alertado em Brasília de que
haveria problemas no Rio, mas
ninguém sabia o que iria acontecer", afirmou. Segundo um balanço extra-oficial do TRE, feito ontem à noite, cerca de 530 urnas do
Rio (quase 2% do total) tiveram
que ser substituídas e, em sete seções, a votação foi manual.
A última pesquisa do Datafolha
antes das eleições registrou empate técnico entre Garotinho e Serra.
Pelas contas do candidato do PSB,
o Rio é o Estado que poderia dar-lhe os 3 milhões de votos a mais
que esperava ter sobre Serra, para
disputar o segundo turno.
A assessoria de Serra disse que o
candidato não iria se pronunciar
sobre a suspeita do adversário.
TRE
Assim que desembarcou no Rio,
Garotinho cancelou a carreata
que faria com Rosinha, na zona
oeste e na Baixada Fluminense, e
seguiu para a sede do TRE, no
centro, onde se reuniu por cerca
de uma hora com o presidente do
tribunal, Álvaro Mayrink. A decisão desagradou a Rosinha, que
pretendia manter a agenda.
"Rosinha, esse problema [com
as urnas" não é jurídico, é político", argumentou ele, antes de seguir para a sede do TRE. Após a
reunião com Mayrink, o ex-governador criticou o fato de mais
da metade das urnas enviadas pelo TSE ao Rio serem antigas.
Segundo ele, Mayrink lhe disse
que, das 27,7 mil urnas usadas no
Rio, 15 mil são de 1996. Estas é que
estariam apresentando problemas. Em São Paulo, por sua vez,
disse Garotinho, das 49 mil urnas
utilizadas, apenas 2,5 mil seriam
de 1996. "Esse universo de 15 mil
urnas representa 70% do eleitorado do Estado [de pouco mais de
10 milhões de eleitores". Eu e o
candidato do governo estamos
disputando voto a voto quem vai
para o segundo turno. No Estado
dele, as urnas estão bem. No Rio,
onde lidero, acontece isso."
O presidente do TRE, Álvaro
Mayrink, não comentou a ameaça
de Garotinho. "Ele colocou suas
posições, mas está certo da transparência do processo", disse.
Garotinho votou às 9h25, no
Ciep Nilo Peçanha, no bairro da
Lapa, em Campos. Chegou à seção acompanhado de Rosinha e
de alguns de seus filhos.
O candidato entrou na cabine
de votação junto com o filho Anthony, 12, e demorou 47 segundos
para votar.
Colaboraram JULIA DUAILIBI, da Reportagem Local, e MÁRIO HUGO MONKEN,
da Sucursal do Rio
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