São Paulo, segunda-feira, 07 de outubro de 2002

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Pessebista deve anunciar apoio a Lula

DA SUCURSAL DO RIO

O presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, deverá anunciar o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. O ex-governador do Rio preferia ficar neutro na disputa, mas se comprometeu a seguir a decisão da direção nacional do partido.
O apoio a Lula será anunciado oficialmente pelo presidente nacional do PSB, Miguel Arraes. "Está muito claro para nós que teremos uma responsabilidade com a governabilidade. Não vamos direto para a oposição, embora possamos seguir [este caminho" mais tarde, caso o PT não cumpra com os ideais de um governo de esquerda", disse o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
No último dia 1º, Amaral e Arraes se reuniram com Garotinho, em Recife. No encontro, o ex-governador disse que seguirá a decisão da sigla de fechar com Lula.
Garotinho, entretanto, não deve fazer campanha para o petista. Sua intenção neste momento é eleger a mulher, Rosinha Garotinho (PSB), que, segundo indicavam os primeiros resultados da apuração no Estado, deverá disputar o segundo turno no Rio com Benedita da Silva (PT).
Caso se confirme o confronto entre Rosinha e Benedita, ficará mais difícil prever quem, entre Lula e José Serra (PSDB), herdará os votos de Garotinho. Com quase 40% dos votos apurados, às 21h30 de ontem, o tucano tinha pouco mais de 11% dos votos no Estado. Por outro lado, o PT foi bem no Rio em 1998, quando Lula teve mais votos do que FHC.
Apesar de estar fora do segundo turno, Garotinho e o PSB saíram desta eleição com uma grande vitória política. O ex-governador conseguiu, contrariando as previsões, se projetar nacionalmente e se qualificar desde já como um dos principais nomes para a disputa presidencial de 2006.
Terminada a eleição, Garotinho quer percorrer o país, para estruturar o PSB nacionalmente. Na avaliação dos socialistas, se Lula for eleito, o pessebista se tornará "a palavra autorizada" da sigla para questionar medidas do petista.
Garotinho começou a campanha dizendo que ela iria "emocionar o país". Entre julho e agosto, uma onda de rumores dava como certa sua renúncia. A escassez de recursos e os boatos o fizeram reforçar seu discurso evangélico -o que desagradou vários líderes do PSB. (MURILO FIUZA DE MELO)


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