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São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

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PAINEL

Tradução complicada
O Tribunal de Contas da União investiga a contratação do tradutor que acompanhou Antonio Palocci (Fazenda) a reuniões em Dubai e Madri. A União gastou R$ 33.658,60 por uma semana de serviço.

Língua engatilhada
Autor da denúncia, o advogado Adolfo Góis contesta o valor do contrato e aponta "irregularidades" na licitação (carta-convite): a) duas das três empresas tinham o mesmo CNPJ e tradutor; b) o edital saiu no dia 28 de agosto, com data de 22 de agosto, e o prazo para a apresentação das propostas venceu no dia 29.

Outro lado
O Ministério da Fazenda diz que não houve irregularidades na contratação do tradutor. Todos os prazos teriam sido cumpridos e o valor cobrado seria o de mercado. Diz que investigará o motivo de duas empresas terem usado o mesmo CNPJ.

Pé no acelerador
Romero Jucá (PMDB-RR) prometeu ao Planalto dar as condições para que a reforma tributária, da qual é relator, seja votada até 15 de novembro.

Banho de loja
A cúpula do PMDB reforçou a assessoria técnica de Romero Jucá (RR). O partido avalia que, se o senador desempenhar bem o papel de relator, estará credenciado a ocupar um ministério.

Manual de sobrevivência
Parte da bancada do PL recuou e passou a defender a permanência de Anderson Adauto nos Transportes. Explicação: se o ministro cair, o PL poderá ficar com uma pasta menor.

Capilaridade social
Todas as capitais já possuem um banco de alimentos do "Mesa Brasil", que recolhe doações de restaurantes e supermercados e as encaminha a entidades sociais. Na sexta, o SESC anunciará em evento com Lula e Oded Grajew (assessor especial) a interiorização do projeto.

Articulação interrompida
José Carlos Martinez, vítima de acidente aéreo, negociava nas últimas semanas a filiação de um governador ao seu PTB. Conversou com três tucanos: Cássio Cunha Lima (PB), Lúcio Alcântara (CE) e Ivo Cassol (RO). Esperava fechar com um deles nos próximos dias.

Em memória
A família de José Carlos Martinez pediu ontem à bancada do PTB que Roberto Jefferson assuma a presidência do partido. Mas há contestações. Luiz Antonio Fleury Filho postula o cargo.

Disputa interna
Já há uma disputa surda na bancada do PTB por sua liderança, com a provável condução de Roberto Jefferson à presidência do partido: José Múcio, Ricarte de Freitas e Nelson Marquezelli estão de olho no cargo.

Apoio da esquerda
Carlos Giannazi, vereador da bancada petista em São Paulo, referendou documento lançando o economista Plínio de Arruda Sampaio Jr. às prévias do PT contra Marta. O deputado Ivan Valente, da esquerda petista, o auxilia na coleta de assinaturas.

De olho em 2004
Edson Aparecido, atual presidente do PSDB do Estado de São Paulo, disputará o diretório municipal. O governador Geraldo Alckmin quer vê-lo coordenando a campanha à Prefeitura de SP. João Câmara, ligado a José Aníbal, também deve concorrer.

Crime policial
Deputados que investigam a morte do comerciante Chan Kim Chang ficaram espantados com o argumento da superintendência da PF do Rio para explicar por que ele foi mandado à penitenciária, mesmo tendo cometido um delito leve: não haveria outro lugar para colocá-lo.

TIROTEIO

De José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça (gestão FHC), sobre Nelson Jobim (Supremo Tribunal Federal) ter revelado, após 15 anos, que dois artigos da Constituição de 1988 jamais foram votados:
-É muito estranho que, depois de tanto tempo, ele rompa esse suposto acordo com Ulysses Guimarães e diga coisas que não levam a nada. Foi um ato desnecessário, infeliz. Parece só um chamariz para seu livro.

CONTRAPONTO

Filho de peixe

Ao voltar do recesso, no início de 2000, o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL) deparou-se com um problema em seu gabinete: sua mesa estava quebrada. Por dias a fio, sua assessoria ligou para a administração da Câmara pedindo, sem sucesso, a substituição do móvel.
Um amigo sugeriu que Nonô fizesse como seu pai, o deputado Aloysio Ubaldo Nonô, que, na década de 60, jogou os móveis pela janela da Câmara, queimando-os em seguida. Alegou que outros parlamentares ganharam mobiliário de melhor qualidade. Nonô gostou da tática e ligou para a administração da Câmara com um ultimato:
-Se, em 15 minutos, não chegarem duas mesas ao meu gabinete, eu jogarei todos os meus móveis pela janela!
É difícil dizer se os funcionários conhecem a história de Nonô pai. Mas os móveis chegaram em menos de dez minutos.


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