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Auditor fiscal diz que Leão monta "farsa"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O auditor fiscal Edson Pedrosa
nega que tenha tratado com o secretário da Receita, Jorge Rachid,
da denúncia que apresentou contra o corregedor Moacir Leão.
Afirma que a frase a ele atribuída, de dar um "tiro na cabeça" do
corregedor, foi tirada de contexto.
Chamou o corregedor de "safado", por montar uma "farsa", e
disse que ele usa o cargo como um
palco. Depois da entrevista concedida por Pedrosa, às 21h45, a Folha não conseguiu falar com Leão.
Folha - Em algum momento o senhor tratou com o secretário Jorge
Rachid da denúncia que fez contra
o corregedor?
Edson Pedrosa - Eu nunca vi pessoalmente o Rachid. Eu conheço
o Rachid de televisão. Isso é completamente absurdo.
Folha - Como o sr. avalia o trabalho do corregedor Moacir Leão?
Pedrosa - De péssima qualidade.
Um sujeito que tem um ego monumental. Para ele o cargo de corregedor é um palco onde ele monta toda essa grande farsa. Esse negócio de dar um tiro é uma grande farsa que o sujeito criou. Ele
desloca recursos do Erário, Polícia Federal, [cria] aquele ambiente horroroso como se a Receita
fosse um prostíbulo. E não existiu
nada disso, e ele sabe disso. Ele
cria os fatos, pega pedaços de coisas e conta a versão dele. Não
houve nada, e ele está careca de
saber [disso].
Folha - Mas o corregedor entendeu a sua frase como uma ameaça
de morte a ele. O senhor confirma a
frase de que ele era "um mal" e que
precisava levar um tiro na cabeça?
Pedrosa - Não existe esse contexto [...] O Leonardo [Couto] pediu ajuda ao Flávio [Franco Correa] no processo contra ele.
Quando eu soube disso, procurei
o Flávio e disse que iria ajudá-lo.
Folha - Mas em que contexto o senhor disse a tal frase?
Pedrosa - Eu disse para o Flávio,
olha, esse sujeito não presta, não
vale, é um sujeito mal. Eu tenho
aqui uma prova que é um tiro certeiro na hidra, na hidra do mal [na
mitologia, Hidra de Lerna é uma
serpente de sete cabeças. No sentido figurado, coisa ou fato que
envolve perigo público]. Uma expressão comum. Aí o Leonardo,
conversando com o Flávio, eles
tocaram nesse assunto.
Folha - E o tiro na cabeça?
Pedrosa - Na cabeça da hidra.
Folha - O Flávio distorceu o contexto, então?
Pedrosa - Não distorceu nada.
Você está conversando com um
amigo seu, não sabe que está
grampeado, você está conversando à vontade. Agora, pegam um
trecho da gravação e botam no ar.
Esse Moacir, esse safado, teve
contato com esse trecho há muito
tempo. E lá está citado o meu nome. Então porque em vez de sair
atrás do Leonardo ele não veio
atrás do Edson, que sou eu?
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