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São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2003

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Auditor fiscal diz que Leão monta "farsa"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O auditor fiscal Edson Pedrosa nega que tenha tratado com o secretário da Receita, Jorge Rachid, da denúncia que apresentou contra o corregedor Moacir Leão.
Afirma que a frase a ele atribuída, de dar um "tiro na cabeça" do corregedor, foi tirada de contexto.
Chamou o corregedor de "safado", por montar uma "farsa", e disse que ele usa o cargo como um palco. Depois da entrevista concedida por Pedrosa, às 21h45, a Folha não conseguiu falar com Leão.
 

Folha - Em algum momento o senhor tratou com o secretário Jorge Rachid da denúncia que fez contra o corregedor?
Edson Pedrosa
- Eu nunca vi pessoalmente o Rachid. Eu conheço o Rachid de televisão. Isso é completamente absurdo.

Folha - Como o sr. avalia o trabalho do corregedor Moacir Leão?
Pedrosa
- De péssima qualidade. Um sujeito que tem um ego monumental. Para ele o cargo de corregedor é um palco onde ele monta toda essa grande farsa. Esse negócio de dar um tiro é uma grande farsa que o sujeito criou. Ele desloca recursos do Erário, Polícia Federal, [cria] aquele ambiente horroroso como se a Receita fosse um prostíbulo. E não existiu nada disso, e ele sabe disso. Ele cria os fatos, pega pedaços de coisas e conta a versão dele. Não houve nada, e ele está careca de saber [disso].

Folha - Mas o corregedor entendeu a sua frase como uma ameaça de morte a ele. O senhor confirma a frase de que ele era "um mal" e que precisava levar um tiro na cabeça?
Pedrosa
- Não existe esse contexto [...] O Leonardo [Couto] pediu ajuda ao Flávio [Franco Correa] no processo contra ele. Quando eu soube disso, procurei o Flávio e disse que iria ajudá-lo.

Folha - Mas em que contexto o senhor disse a tal frase?
Pedrosa
- Eu disse para o Flávio, olha, esse sujeito não presta, não vale, é um sujeito mal. Eu tenho aqui uma prova que é um tiro certeiro na hidra, na hidra do mal [na mitologia, Hidra de Lerna é uma serpente de sete cabeças. No sentido figurado, coisa ou fato que envolve perigo público]. Uma expressão comum. Aí o Leonardo, conversando com o Flávio, eles tocaram nesse assunto.

Folha - E o tiro na cabeça?
Pedrosa
- Na cabeça da hidra.

Folha - O Flávio distorceu o contexto, então?
Pedrosa
- Não distorceu nada. Você está conversando com um amigo seu, não sabe que está grampeado, você está conversando à vontade. Agora, pegam um trecho da gravação e botam no ar. Esse Moacir, esse safado, teve contato com esse trecho há muito tempo. E lá está citado o meu nome. Então porque em vez de sair atrás do Leonardo ele não veio atrás do Edson, que sou eu?


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