DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato à Prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) atacou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reuniu prefeitos eleitos no Palácio do Planalto para cobrar empenho na campanha no segundo turno: "Presidente da República é para governar o país, não para comandar o partido".
"Mais do que ilícito é impróprio, porque é confundir um pouco partido com governo, que é um problema recorrente agora no Brasil. Vira e mexe se confunde uma coisa com a outra. Na hora do expediente fazer reunião para dar diretrizes político-eleitorais, tirando tempo de trabalho do presidente da República é extremamente estranho", disse Serra. Segundo ele, é natural que o presidente declare seu voto. "Outra coisa é usar o aparato de governo para fazer isso", comentou.
"É inusitado isso, você no seu gabinete de trabalho dedicar horas de seu tempo a questão partidária. Isso, em geral, se faz nas horas vagas, nos fins de semana, à noite, não no horário de trabalho, como se estivesse confundido governo e partido. Há uma confusão no Brasil que está associada ao PT. Numa perspectiva republicana governo é para servir às pessoas e não aos partidos", disse.
O tucano considerou irrelevante a participação de ministros na campanha em São Paulo: "Não tem efeito isso. O que eu fico preocupado é usar dinheiro do governo para campanha. Porque para deslocar-se para São Paulo tem custos, tem aviões, tem dinheiro gasto, o dia que deixa de trabalhar. Isso é usar recurso público para a eleição. Isso já foi feito no primeiro turno e eu espero que não se repita no segundo turno".


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