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Falta de pagamento provoca crise Duda-PT
FERNANDO RODRIGUES
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O atraso de pagamentos do PT
ao marqueteiro Duda Mendonça
provocou crise na campanha da
prefeita Marta Suplicy nos últimos dias. No comando petista, falou-se até na eventual troca de publicitário -o que não ocorreu
nem ocorrerá. Por ora, o problema foi debelado.
Duda embarcou para Salvador
na sexta, sob o argumento de que
teria de votar. Só deve reassumir a
campanha de Marta hoje. Ele ficou contrariado com o atraso de
compromissos financeiros do PT,
para quem faz três campanhas estratégicas nestas eleições: São
Paulo, Curitiba e Goiânia. Dessas,
ele se dedica mais à paulistana.
Até ontem seu escritório de
marketing estava esvaziado. Segundo interlocutores de Duda, a
situação estava em "banho-maria". Na equipe de Duda, a constatação era de que a campanha não
economizou em material de rua,
como panfletos e bandeirolas. Como esses gastos ficam a cargo do
PT municipal - integrado por
desafetos de Duda- não sofreram com as restrições financeiras.
A crise da semana passada foi
mais uma no tenso relacionamento entre Duda e parte da cúpula
do PT da cidade de São Paulo. O
marqueteiro é bem visto pelo presidente Lula e outros caciques petistas, mas ainda sofre resistências
no escalão médio do petismo.
Há um grupo ligado à prefeita
que enxerga equívocos no trabalho do marqueteiro. Os críticos
seriam, basicamente, o candidato
a vice-prefeito petista, Rui Falcão,
o presidente do PT paulistano,
Ítalo Cardoso, e o secretário de
Abastecimento e Projetos Especiais, Valdemir Garreta.
Também contribuiu para a última crise a dificuldade eleitoral de
Marta, que passou ao segundo
turno quase oito pontos percentuais atrás do tucano José Serra.
Como em qualquer campanha
em desvantagem, é comum que a
direção partidária procure culpados. Dentro do PT foi disseminada a versão de uma suposta animosidade entre Duda e Luis Favre, marido de Marta.
Segundo a Folha apurou, houve
um momento no passado em que
a relação de ambos não era boa,
mas o problema já não existe.
Quando Marta subiu o tom em
relação a Serra, dizendo que poderia haver uma crise no país com
sua eleição, porque ele não teria
apoio do governo federal, tal estratégia foi atribuída a Favre.
Duda teria ficado contrariado a
ponto de ameaçar a produção publicitária. Mas essa versão não
confere com o que a Folha apurou. O marqueteiro aprovou a estratégia de ataques ao tucano. A
versão que culpabiliza Favre seria
até favorável a Duda. Em caso de
derrota de Marta, o marqueteiro
teria um bode expiatório à mão.
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