São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

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RIO DE JANEIRO

Após desistência de Moreira Franco, peemedebista formaliza apoio ao candidato pedetista no 2º turno contra o PT em Niterói

PDT contesta retorno de Garotinho ao partido

ANTÔNIO GOIS
SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

No dia em que o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) formalizou seu apoio ao candidato pedetista na disputa em Niterói (RJ) no segundo turno contra o PT, a executiva regional do PDT descartou, em nota oficial, a hipótese de tê-lo de volta no partido.
Garotinho e sua mulher, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, decidiram apoiar o pedetista João Sampaio no segundo turno contra o prefeito Godofredo Pinto (PT), após a renúncia do candidato do PMDB Moreira Franco à disputa, anteontem.
A volta de Garotinho ao PDT, pelo qual foi eleito governador em 1998, viabilizaria seu projeto político de se candidatar novamente à Presidência, em 2006. Pelo PDT, que faz oposição ao governo Lula, ele teria mais facilidade para concorrer à sucessão presidencial.
Garotinho rompeu com o governador Leonel Brizola e o PDT em 2000. Transferiu-se para o PSB, pelo qual disputou a eleição presidencial em 2002 e, no ano passado, filiou-se ao PMDB. Tentava se reaproximar de Brizola neste ano. Chegou a propor seu apoio ao lançamento do governador como candidato a prefeito do Rio nestas eleições. A morte de Brizola, em julho passado, impediu a seqüência da negociação.
O apoio de Garotinho ao PDT em Niterói começou, em sua formalização, a causar constrangimentos. Ladeado pelo candidato Sampaio e pelo ex-deputado Jorge Roberto Silveira, idealizador do apoio do PMDB e um dos caciques pedetistas, Garotinho disse que o PDT em Campos (sua cidade natal) é corrupto, em referência ao prefeito pedetista Arnaldo Vianna, seu adversário político.
Silveira saiu em defesa do correligionário. "Não acredito que seja [corrupto]", disse ele, para quem "Garotinho tem suas posições, sobretudo na cidade dele". "Em Niterói, é outra coisa. [É] claro que não posso considerar um prefeito do meu partido um corrupto."
Na nota, a executiva do PDT diz que "o apoio do PMDB a João Sampaio em Niterói não significa e não abre nenhuma perspectiva de retorno do ex-governador Garotinho e de seu grupo ao PDT".
"A linha política do PDT, inclusive na sua ação na Assembléia Legislativa, continua sendo de oposição ao governo estadual", afirma. Ao divulgar a nota, o presidente do PDT, Carlos Lupi, enfatizou que "não há possibilidade" de Garotinho voltar à sigla.
O ex-governador disse que só começou a negociar após a desistência de Moreira Franco. "Decidimos que estaremos juntos sem nenhum tipo de condicionamento. Em outras cidades, estamos em campos opostos." PMDB e PDT disputam o segundo turno em Campos e Duque de Caxias.


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