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RIO DE JANEIRO
Após desistência de Moreira Franco, peemedebista formaliza apoio ao candidato pedetista no 2º turno contra o PT em Niterói
PDT contesta retorno de Garotinho ao partido
ANTÔNIO GOIS
SÉRGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
No dia em que o ex-governador
Anthony Garotinho (PMDB) formalizou seu apoio ao candidato
pedetista na disputa em Niterói
(RJ) no segundo turno contra o
PT, a executiva regional do PDT
descartou, em nota oficial, a hipótese de tê-lo de volta no partido.
Garotinho e sua mulher, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, decidiram apoiar o pedetista João Sampaio no segundo turno contra o prefeito Godofredo
Pinto (PT), após a renúncia do
candidato do PMDB Moreira
Franco à disputa, anteontem.
A volta de Garotinho ao PDT,
pelo qual foi eleito governador em
1998, viabilizaria seu projeto político de se candidatar novamente à
Presidência, em 2006. Pelo PDT,
que faz oposição ao governo Lula,
ele teria mais facilidade para concorrer à sucessão presidencial.
Garotinho rompeu com o governador Leonel Brizola e o PDT
em 2000. Transferiu-se para o
PSB, pelo qual disputou a eleição
presidencial em 2002 e, no ano
passado, filiou-se ao PMDB. Tentava se reaproximar de Brizola
neste ano. Chegou a propor seu
apoio ao lançamento do governador como candidato a prefeito do
Rio nestas eleições. A morte de
Brizola, em julho passado, impediu a seqüência da negociação.
O apoio de Garotinho ao PDT
em Niterói começou, em sua formalização, a causar constrangimentos. Ladeado pelo candidato
Sampaio e pelo ex-deputado Jorge Roberto Silveira, idealizador
do apoio do PMDB e um dos caciques pedetistas, Garotinho disse
que o PDT em Campos (sua cidade natal) é corrupto, em referência ao prefeito pedetista Arnaldo
Vianna, seu adversário político.
Silveira saiu em defesa do correligionário. "Não acredito que seja
[corrupto]", disse ele, para quem
"Garotinho tem suas posições, sobretudo na cidade dele". "Em Niterói, é outra coisa. [É] claro que
não posso considerar um prefeito
do meu partido um corrupto."
Na nota, a executiva do PDT diz
que "o apoio do PMDB a João
Sampaio em Niterói não significa
e não abre nenhuma perspectiva
de retorno do ex-governador Garotinho e de seu grupo ao PDT".
"A linha política do PDT, inclusive na sua ação na Assembléia
Legislativa, continua sendo de
oposição ao governo estadual",
afirma. Ao divulgar a nota, o presidente do PDT, Carlos Lupi, enfatizou que "não há possibilidade" de Garotinho voltar à sigla.
O ex-governador disse que só
começou a negociar após a desistência de Moreira Franco. "Decidimos que estaremos juntos sem
nenhum tipo de condicionamento. Em outras cidades, estamos
em campos opostos." PMDB e
PDT disputam o segundo turno
em Campos e Duque de Caxias.
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