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CPI DOS CORREIOS
Conheci Valério no IRB, afirma ex-presidente
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) Lídio
Duarte, ligado ao PTB, disse que
conheceu o publicitário Marcos
Valério de Souza, em 2004, por intermédio do então diretor Comercial do instituto, Luiz Eduardo Lucena, apadrinhado do PP.
Segundo Duarte, Lucena teve
uma reunião com Valério no próprio IRB, tendo apresentado o publicitário a ele, "muito rapidamente", ao fim do encontro.
Lídio Duarte depôs ontem na
CPI dos Correios. Ao ser questionado pelo sub-relator da CPI para
assuntos ligados ao IRB, deputado Carlos Willian (PMDB-MG),
sobre o teor da conversa entre Lucena e Valério, Duarte disse que a
pergunta deveria ser feita ao ex-diretor Comercial do instituto. Ao
final do depoimento, indagado
por jornalistas se era comum dirigentes do IRB receberem empresários de fora do ramo de seguros
na sede do instituto (no Rio),
Duarte respondeu: "Às vezes, a
gente atendia pessoas do nosso
relacionamento pessoal. Pode ter
sido isso". Ele não se lembrou
também da data exata em que foi
apresentado a Valério.
Indicado pelo PTB, Duarte presidiu o IRB de 2003 a março deste
ano. Segundo a revista "Veja", ele
teria pedido demissão por não ter
suportado pressão do deputado
cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) para que levantasse R$ 400 mil
mensais ao partido. O contato entre Jefferson e Lídio seria feito pelo dono da corretora de seguros
Assurê, Henrique Brandão, amigo do deputado petebista.
À Polícia Federal Lídio Duarte
negou que tivesse havido a pressão relatada pela "Veja". Ao ser
questionado por Willian sobre o
assunto, Duarte disse que mantinha as declarações à PF, mas admitiu que Jefferson teria perguntado a ele como o IRB poderia
contribuir com o partido nas eleições municipais do ano passado.
Duarte afirmou que teria orientado Roberto Jefferson a procurar
os grandes bancos e seguradoras
que trabalhavam com o IRB para
fazer doações legais.
Carlos Willian questionou
Duarte sobre um caso ocorrido
durante a gestão dele no IRB. O
Tribunal de Contas da União teria
condenado o pagamento de um
sinistro à Companhia de Fiação e
Tecidos Guaratinguetá, de São
Paulo, no valor de R$ 15 milhões.
Duarte disse que já havia requisitado ao TCU a documentação
relativa ao caso para se informar
melhor. Ele disse não se lembrar
do episódio.
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