São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CPI DOS CORREIOS

Conheci Valério no IRB, afirma ex-presidente

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) Lídio Duarte, ligado ao PTB, disse que conheceu o publicitário Marcos Valério de Souza, em 2004, por intermédio do então diretor Comercial do instituto, Luiz Eduardo Lucena, apadrinhado do PP.
Segundo Duarte, Lucena teve uma reunião com Valério no próprio IRB, tendo apresentado o publicitário a ele, "muito rapidamente", ao fim do encontro.
Lídio Duarte depôs ontem na CPI dos Correios. Ao ser questionado pelo sub-relator da CPI para assuntos ligados ao IRB, deputado Carlos Willian (PMDB-MG), sobre o teor da conversa entre Lucena e Valério, Duarte disse que a pergunta deveria ser feita ao ex-diretor Comercial do instituto. Ao final do depoimento, indagado por jornalistas se era comum dirigentes do IRB receberem empresários de fora do ramo de seguros na sede do instituto (no Rio), Duarte respondeu: "Às vezes, a gente atendia pessoas do nosso relacionamento pessoal. Pode ter sido isso". Ele não se lembrou também da data exata em que foi apresentado a Valério.
Indicado pelo PTB, Duarte presidiu o IRB de 2003 a março deste ano. Segundo a revista "Veja", ele teria pedido demissão por não ter suportado pressão do deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) para que levantasse R$ 400 mil mensais ao partido. O contato entre Jefferson e Lídio seria feito pelo dono da corretora de seguros Assurê, Henrique Brandão, amigo do deputado petebista.
À Polícia Federal Lídio Duarte negou que tivesse havido a pressão relatada pela "Veja". Ao ser questionado por Willian sobre o assunto, Duarte disse que mantinha as declarações à PF, mas admitiu que Jefferson teria perguntado a ele como o IRB poderia contribuir com o partido nas eleições municipais do ano passado.
Duarte afirmou que teria orientado Roberto Jefferson a procurar os grandes bancos e seguradoras que trabalhavam com o IRB para fazer doações legais.
Carlos Willian questionou Duarte sobre um caso ocorrido durante a gestão dele no IRB. O Tribunal de Contas da União teria condenado o pagamento de um sinistro à Companhia de Fiação e Tecidos Guaratinguetá, de São Paulo, no valor de R$ 15 milhões.
Duarte disse que já havia requisitado ao TCU a documentação relativa ao caso para se informar melhor. Ele disse não se lembrar do episódio.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Em doação a siglas havia interesse, diz empresário
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.