São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Lula está desesperado e mente, diz Alckmin

Tucano reage à declaração de que cortará o Bolsa Família e afirma que ampliará o programa e não privatizará órgãos públicos

Na opinião do coordenador de campanha do candidato, o PT espalha boatos, faz terrorismo e tem uma atitude antidemocrática


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo segundo dia consecutivo, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, acusou o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de baixarem o nível da disputa espalhando "mentiras" contra sua candidatura ao Planalto.
Segundo o tucano, "o outro candidato [Lula] não tem compromisso com a verdade". "Isso mostra o nível de desespero dos nossos adversários em levar essas mentiras [aos eleitores]."
Alckmin se referia às declarações dos petistas de que, se eleito, ele irá acabar com programas sociais, especialmente o Bolsa Família, carro-chefe do governo federal na área.
"Eu até não acreditei, quando me falaram que o próprio presidente [Lula] estava falando essas coisas", disse o tucano, em entrevista em São Paulo.
"Onde fica a credibilidade do presidente, que não sabia [dos escândalos] e agora fala coisas inverídicas? No fundo, é o medo de perder as eleições", disse ele, após ter afirmado que ampliará o programa e não privatizará órgãos do governo.
O presidenciável do PSDB não quis comentar o afastamento de Ricardo Berzoini da presidência do PT na esteira do escândalo do dossiê. Preferiu cobrar novas explicações do governo sobre a origem do dinheiro apreendido com petistas no dia 15 de setembro.
"Que mistério é esse que ninguém fala nada? Estão esperando o quê?", indagou.

Terrorismo
Antes do ex-governador, o coordenador-geral da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), chamou de "fraude" e de "terrorismo" os "boatos". "Isso agora de vir fazer terrorismo, tentar, de uma maneira subliminar e explícita agora, convencer a população de que não vamos continuar o Bolsa Família é uma ação que temos de denunciar como imprópria, antidemocrática, no caminho de uma radicalização que não é nossa intenção promover", disse Guerra.
Apesar da reação tucana às declarações dos petistas, ainda não era sabido ontem entre os integrantes da campanha se Alckmin adotará um tom mais agressivo contra Lula no debate de amanhã na TV Bandeirantes. "Nosso candidato vai para o debate da mesma forma em que esteve na campanha o tempo todo, com firmeza, propostas e disposto a discutir qualquer problema brasileiro", disse Guerra ontem.
"Quero falar para o eleitor e para o Brasil de forma propositiva", completou mais tarde o próprio Alckmin. Mas cresceu a pressão na aliança PSDB-PFL para que o tucano tente encurralar Lula desde o início, questionando-o diretamente sobre o caso do dossiê.


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