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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula está desesperado e mente, diz Alckmin
Tucano reage à declaração de que cortará o Bolsa Família e afirma que ampliará o programa e não privatizará órgãos públicos
Na opinião do coordenador de campanha do candidato, o PT espalha boatos, faz terrorismo e tem uma atitude antidemocrática
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo segundo dia consecutivo, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin,
acusou o PT e o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva de baixarem o nível da disputa espalhando "mentiras" contra sua
candidatura ao Planalto.
Segundo o tucano, "o outro
candidato [Lula] não tem compromisso com a verdade". "Isso
mostra o nível de desespero dos
nossos adversários em levar essas mentiras [aos eleitores]."
Alckmin se referia às declarações dos petistas de que, se
eleito, ele irá acabar com programas sociais, especialmente
o Bolsa Família, carro-chefe do
governo federal na área.
"Eu até não acreditei, quando
me falaram que o próprio presidente [Lula] estava falando essas coisas", disse o tucano, em
entrevista em São Paulo.
"Onde fica a credibilidade do
presidente, que não sabia [dos
escândalos] e agora fala coisas
inverídicas? No fundo, é o medo de perder as eleições", disse
ele, após ter afirmado que ampliará o programa e não privatizará órgãos do governo.
O presidenciável do PSDB
não quis comentar o afastamento de Ricardo Berzoini da
presidência do PT na esteira do
escândalo do dossiê. Preferiu
cobrar novas explicações do governo sobre a origem do dinheiro apreendido com petistas no dia 15 de setembro.
"Que mistério é esse que ninguém fala nada? Estão esperando o quê?", indagou.
Terrorismo
Antes do ex-governador, o
coordenador-geral da campanha tucana, senador Sérgio
Guerra (PSDB-PE), chamou de
"fraude" e de "terrorismo" os
"boatos". "Isso agora de vir fazer terrorismo, tentar, de uma
maneira subliminar e explícita
agora, convencer a população
de que não vamos continuar o
Bolsa Família é uma ação que
temos de denunciar como imprópria, antidemocrática, no
caminho de uma radicalização
que não é nossa intenção promover", disse Guerra.
Apesar da reação tucana às
declarações dos petistas, ainda
não era sabido ontem entre os
integrantes da campanha se
Alckmin adotará um tom mais
agressivo contra Lula no debate de amanhã na TV Bandeirantes. "Nosso candidato vai
para o debate da mesma forma
em que esteve na campanha o
tempo todo, com firmeza, propostas e disposto a discutir
qualquer problema brasileiro",
disse Guerra ontem.
"Quero falar para o eleitor e
para o Brasil de forma propositiva", completou mais tarde o
próprio Alckmin. Mas cresceu a
pressão na aliança PSDB-PFL
para que o tucano tente encurralar Lula desde o início, questionando-o diretamente sobre
o caso do dossiê.
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