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Dilma recebe PDT e defende candidatura única da base
Em resposta, ministra ouviu de Lupi que, se depender dele, partido irá apoiá-la independentemente de Ciro concorrer
Antes de jantar, petista recebeu congressistas do PT; desde o fim do tratamento, ela vem intensificando seus contatos no meio político
SIMONE IGLESIAS
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com agenda intensa de compromissos de campanha, a ministra e pré-candidata à sucessão do presidente Lula, Dilma
Rousseff (Casa Civil), recebeu
ontem à noite para um jantar
na sua casa a cúpula do PDT e
afirmou que o governo tem que
ter só um candidato à sucessão.
"Nós achamos que o governo
tem que ter uma continuidade.
Não são dois candidatos, vai ser
um candidato que vai representar o governo." Dilma, que deixou o PDT em 2000 para se filiar ao PT, disse ter "laços afetivos" com o partido e que ele é
estratégico para as eleições.
Dilma saiu do PDT brigada
com o então presidente, Leonel
Brizola, que na época disse que
ela estava trocando o partido
"por um prato de lentilhas".
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou que, se depender da vontade dele, o PDT
apoiará Dilma à Presidência,
independentemente de o deputado Ciro Gomes (PSB-CE)
concorrer. Para Lupi, a eleição
de 2010 tem de ser "plebiscitária", e a ministra é quem representa melhor o governo Lula.
Antes do jantar, Dilma abriu
uma brecha em sua agenda para receber um grupo de deputadas e senadoras do PT e discutir
"a participação das mulheres
na política". A senadora Serys
Slhessarenko (PT-MT), uma
das presentes, relatou em seu
Twitter: "Falamos sobre eleições, apoio, pré-campanha e
campanha. Aproveitei e a convidei para ir a Mato Grosso".
Semana que vem, Dilma deve
acompanhar Lula em viagem
por três Estados para conferir
in loco e em diferentes municípios as obras de transposição
do rio São Francisco. Pela previsão inicial, Lula e Dilma terão
de dormir num acampamento
no interior de Pernambuco na
noite de quinta para sexta para
cumprir a programação do
evento que será uma espécie de
"Caravana do São Francisco".
Desde o fim do tratamento
contra o câncer linfático, em
setembro, Dilma vem intensificando contatos políticos e dando mais espaço a eventos e encontros que lhe dão visibilidade. Na tarde de ontem, ela esteve com um grupo de deputados
do PRB que foram visitar o presidente interino, José Alencar.
Na semana passada, em Curitiba, Dilma visitou um hospital
que trata o câncer, o Erasto
Gaertner. Na sexta, no Rio, ela
assistiu à cerimônia do anúncio
da vitória da cidade para ser a
sede das Olimpíadas de 2016:
foi carregada nos braços e levada até a sacada do hotel. Depois,
de camiseta verde e amarela,
deu entrevista para a televisão.
Anteontem, ao voltar de Londrina, Dilma fez uma parada
em São Paulo para comemorar
o aniversário do pastor josé
Wellington da Costa, da Assembleia de Deus, a maior denominação pentecostal do país,
e falou para cerca de 4.000 fiéis.
Neste fim de semana, ela poderá ir a Belém para assistir ao
Círio de Nossa Senhora de Nazaré, uma das maiores e mais
tradicionais festas religiosas.
A "transformação" na rotina
da ministra foi planejada numa
tentativa de reforçar a pré-campanha à Presidência.
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