São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

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Dilma recebe PDT e defende candidatura única da base

Em resposta, ministra ouviu de Lupi que, se depender dele, partido irá apoiá-la independentemente de Ciro concorrer

Antes de jantar, petista recebeu congressistas do PT; desde o fim do tratamento, ela vem intensificando seus contatos no meio político


SIMONE IGLESIAS
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com agenda intensa de compromissos de campanha, a ministra e pré-candidata à sucessão do presidente Lula, Dilma Rousseff (Casa Civil), recebeu ontem à noite para um jantar na sua casa a cúpula do PDT e afirmou que o governo tem que ter só um candidato à sucessão.
"Nós achamos que o governo tem que ter uma continuidade. Não são dois candidatos, vai ser um candidato que vai representar o governo." Dilma, que deixou o PDT em 2000 para se filiar ao PT, disse ter "laços afetivos" com o partido e que ele é estratégico para as eleições.
Dilma saiu do PDT brigada com o então presidente, Leonel Brizola, que na época disse que ela estava trocando o partido "por um prato de lentilhas".
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou que, se depender da vontade dele, o PDT apoiará Dilma à Presidência, independentemente de o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) concorrer. Para Lupi, a eleição de 2010 tem de ser "plebiscitária", e a ministra é quem representa melhor o governo Lula.
Antes do jantar, Dilma abriu uma brecha em sua agenda para receber um grupo de deputadas e senadoras do PT e discutir "a participação das mulheres na política". A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), uma das presentes, relatou em seu Twitter: "Falamos sobre eleições, apoio, pré-campanha e campanha. Aproveitei e a convidei para ir a Mato Grosso".
Semana que vem, Dilma deve acompanhar Lula em viagem por três Estados para conferir in loco e em diferentes municípios as obras de transposição do rio São Francisco. Pela previsão inicial, Lula e Dilma terão de dormir num acampamento no interior de Pernambuco na noite de quinta para sexta para cumprir a programação do evento que será uma espécie de "Caravana do São Francisco".
Desde o fim do tratamento contra o câncer linfático, em setembro, Dilma vem intensificando contatos políticos e dando mais espaço a eventos e encontros que lhe dão visibilidade. Na tarde de ontem, ela esteve com um grupo de deputados do PRB que foram visitar o presidente interino, José Alencar.
Na semana passada, em Curitiba, Dilma visitou um hospital que trata o câncer, o Erasto Gaertner. Na sexta, no Rio, ela assistiu à cerimônia do anúncio da vitória da cidade para ser a sede das Olimpíadas de 2016: foi carregada nos braços e levada até a sacada do hotel. Depois, de camiseta verde e amarela, deu entrevista para a televisão.
Anteontem, ao voltar de Londrina, Dilma fez uma parada em São Paulo para comemorar o aniversário do pastor josé Wellington da Costa, da Assembleia de Deus, a maior denominação pentecostal do país, e falou para cerca de 4.000 fiéis.
Neste fim de semana, ela poderá ir a Belém para assistir ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré, uma das maiores e mais tradicionais festas religiosas.
A "transformação" na rotina da ministra foi planejada numa tentativa de reforçar a pré-campanha à Presidência.


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