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MARANHÃO
Aposentado escapou de atentado atribuído a José Gerardo de Abreu
Empresário suspeita de deputado
da Agência Folha, em São Luís
O empresário aposentado José
Barreto de Carvalho Moreira, 63,
que sobreviveu a um atentado em
São Luís em 1979, disse que já suspeitava do possível envolvimento
do deputado estadual José Gerardo de Abreu (PPB-MA).
O atentado foi um dos crimes
que o deputado estadual Francisco Caíca (PSD-MA) atribuiu a
Abreu, de quem foi assessor, em
depoimento à CPI do Crime Organizado da Assembléia.
Segundo Moreira, Abreu estava
interessado em explorar linhas de
ônibus das quais a sua empresa, a
Cetracol, detinha as concessões.
Abreu nega participação no atentado.
Conhecido como "Dedé da Cetracol", Moreira disse que o depoimento de Caíca "só veio confirmar" sua suspeita. "Tínhamos
esperança que isso um dia viesse à
tona", declarou.
Moreira ficou em estado de coma por três meses e perdeu os
movimentos do braço esquerdo e
da perna esquerda, além de parte
da visão do olho esquerdo, depois
que, por volta de 22h do dia 21 de
abril de 79, foi alvejado pelas costas por um pistoleiro na periferia
de São Luís.
Um tiro pegou de raspão em sua
nuca, um atingiu parte do cérebro, e o terceiro, disparado quando ele já estava caído, acertou seu
braço direito.
A Cetracol, de Moreira, era na
época a maior empresa de transportes coletivos de São Luís. Ele
disse que quatro anos antes do
atentado havia descoberto que
um funcionário da manutenção
da Cetracol estava recebendo dinheiro de Abreu, dono de uma
empresa concorrente, para "sabotar" seus ônibus.
Moreira acabou tendo que vender a empresa a um grupo mineiro para pagar as despesas médicas
que teve. Sua família ainda tentou
reabrir os negócios em 82. Montou uma nova empresa, mas, sem
linhas lucrativas para explorar,
fracassou. Um gerente de banco
aconselhou a vendê-la.
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