|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONGRESSO
PSDB quer se cacifar na disputa de poder com aliados do governo
Tucanos e PMDB lançam Aécio para presidir Câmara
KENNEDY ALENCAR
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PSDB lança amanhã a candidatura do deputado
federal tucano Aécio Neves (MG)
à presidência da Câmara, numa
manobra articulada com o
PMDB. O acordo, porém, restringe-se apenas a esse lance, pois os
dois partidos têm objetivos diferentes.
O PSDB ocupará espaço na disputa pelas presidências da Câmara e do Senado, briga que vinha
sendo travada entre PFL e PMDB
com seus respectivos candidatos
-o deputado Inocêncio Oliveira
e o senador Jader Barbalho.
No mínimo, os tucanos se cacifarão para serem melhor recompensados na reforma ministerial
se tiverem de sacrificar Aécio. As
eleições acontecerão em fevereiro
de 2001, quando uma mudança
ministerial deverá acontecer.
No máximo, o PSDB competirá
pela presidência da Câmara. O
mais provável, porém, é que o
presidente Fernando Henrique
Cardoso interfira a favor do
PMDB e do PFL. As presidências
das duas Casas têm sido usadas
como compensação aos dois aliados, já que o PSDB tem a Presidência da República.
O PMDB usará o lançamento de
Aécio para dar fôlego a Jader, cujo
projeto de presidir o Senado é
bombardeado pelo presidente do
Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Os peemedebistas não fecharam com Aécio. Só o farão com
aval de FHC. Agora, darão declarações simpáticas ao tucano. Objetivos: 1) forçar Inocêncio (PE) e
o senador Jorge Bornhansen (SC),
presidente do PFL, a tentar convencer ACM de que é preciso se
acertar com o PMDB e 2) tensionar FHC.
No roteiro da candidatura Aécio, há outro lance que interessa
ao PMDB. O líder tucano no Senado, Sérgio Machado (CE), deve
fazer um discurso hoje defendendo o direito de as maiores bancadas indicarem os presidentes das
duas Casas do Congresso.
Ou seja, os postos caberiam ao
PSDB na Câmara e ao PMDB no
Senado. Isso é importante para Jader, já que o PMDB é o partido
que tem o maior grupo de senadores. Jader, ferido por uma reportagem da revista "Veja", ganha argumento de outro partido
para sua candidatura.
O secretário-geral do PSDB,
Márcio Fortes, diz que "o partido
está fechado" e que "o Palácio do
Planalto está observando, mas
não há vetos". Reservadamente,
porém, tucanos admitem a eventual desistência de Aécio.
Apesar do discurso de neutralidade, FHC avalia que a dobradinha PMDB-PFL é a melhor para
unir a base de apoio nos dois últimos anos de governo.
Texto Anterior: Grafite - Paulo Caruso Próximo Texto: Salário mínimo: Secretário defende cobrar inativos Índice
|