|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SALÁRIO MÍNIMO
Para Aloysio Nunes, cobrança permitiria aumentar mínimo
Secretário defende cobrar inativos
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes, defendeu ontem em Fortaleza (CE) a cobrança
previdenciária dos funcionários
públicos inativos para viabilizar o
aumento do salário mínimo.
Segundo ele, o governo federal
não tem dinheiro em caixa para
pagar nenhum tipo de aumento
agora, incluindo o do Judiciário.
"Não podemos inventar dinheiro,
fabricar dinheiro, o que significaria fabricar inflação."
Nunes reuniu-se ontem com o
governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), e os secretários de
Ciência e Tecnologia de 11 Estados para discutir a ampliação de
centros tecnológicos profissionalizantes em todo o país.
Para o secretário, a cobrança
previdenciária de funcionários
públicos inativos poderia, ainda,
corrigir uma injustiça.
"O ganho médio de um funcionário inativo do Executivo é de 14
salários mínimos; o de um aposentado do Judiciário é de 30 salários mínimos; o de um do Legislativo é de 40 salários mínimos. Em
compensação, o pessoal do INSS
recebe, em média, 1,8 salário mínimo. Não é justo."
O governo federal deixa de arrecadar, segundo Nunes, R$ 1,6 bilhão sem a cobrança.
"No INSS, você tem um déficit
de R$ 8 milhões para pagar a aposentadoria de 18 milhões de pessoas", afirmou. "Em algum momento, o mundo político vai ter
de se debruçar sobre isso."
A maior dificuldade, de acordo
com o secretário, é o projeto que
prevê a cobrança dos funcionários públicos inativos passar pelo
Congresso. "Reconheço que não
existe disposição para aprovar o
projeto. Mas a saída para que os
aumentos fiquem no Orçamento
vai ter de sair do Congresso", afirmou Nunes.
"O tesouro público não é um gavetão cheio de dinheiro, em que
você põe a mão e pega quanto
quiser. Para dar aumentos, ou você aperta a receita ou você corta
despesas. Acho que essa seria
uma boa saída", disse.
Esquerda
O crescimento da esquerda pelo
país, visto nas eleições municipais, não preocupa o governo federal, segundo Nunes.
"Estamos prontos a debater
com quem quer que seja os resultados do governo na área social.
As ações sociais do governo Fernando Henrique não tiveram
comparação com as idéias de nenhum partido de oposição", afirmou o secretário.
"É claro que, diante de tantas
carências sociais, de tanta desigualdade, tudo o que se fizer ainda é pouco."
Texto Anterior: Congresso: Tucanos e PMDB lançam Aécio para presidir Câmara Próximo Texto: São Paulo: Covas visita obras contra enchente Índice
|