JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O ministro da Previdência, José Cechin, disse que distribuir à população de baixa renda cupons para serem trocados por alimentos equivale praticar "uma visão paternalista do Estado", já que os governantes acreditariam saber melhor que o cidadão aquilo que ele próprio precisa.
Cechin discursou na abertura do seminário "Estratégia para a Superação da Pobreza", que seu ministério promove até amanhã, em Brasília, para cerca de 500 gestores dos programas sociais do atual governo.
Embora depois negasse, Cechin acabou entrando na controvérsia desencadeada na semana passada entre auxiliares de Fernando Henrique Cardoso e a equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
A equipe petista, ao anunciar o programa Fome Zero, disse que distribuiria cupons a serem trocados por alimentos em estabelecimentos credenciados. Cechin defende a distribuição de dinheiro para que as famílias gastem segundo suas prioridades.
A secretária de Assistência Social, Wanda Engel, disse não ser verdade que a pobreza tenha aumentado. Entre 1990 e 1999, afirmou, a porcentagem de pobres diminuiu de 44% para 32%, enquanto a de indigentes caiu de 21% para 13%. Já o presidente do IBGE, Sérgio Besserman, disse que o Brasil não tem uma definição oficial de pobreza.



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