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TRANSIÇÃO
Mudança representa aumento de aproximadamente R$ 46 milhões nos gastos previstos no Orçamento deste ano
PT cede e modifica MP sobre servidores
LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O PT se rendeu à pressão dos
servidores públicos e aprovou ontem mudanças na medida provisória dos auditores da Receita Federal, da Previdência e do Trabalho que representam aumento de
gastos de aproximadamente R$
46 milhões para os cofres da
União neste ano. No texto original
da medida provisória, o governo
já previa um impacto de R$ 215,6
milhões no Orçamento.
Até então o PT não aceitava discutir emendas às MPs que representassem aumento de despesas.
A decisão favorável a esses servidores reforça a pressão de categorias que ainda buscam melhorias
salariais na votação de medidas
provisórias. Ontem, os deputados
petistas sofreram forte pressão de
pelo menos outras três categorias:
funcionários da Polícia Federal,
do Banco Central e do Ministério
da Saúde, cujas MPs serão votadas na semana que vem.
Os servidores se concentraram
na porta da sala onde a bancada
petista estava reunida para discutir a transição e seguiram os deputados Walter Pinheiro (PT-BA) e
Paulo Rocha (PT-PA), responsáveis pela negociação das MPs, em
cada rodada de conversas com o
líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
"A pressão é normal", disse Pinheiro, enquanto passava por
uma sabatina comandada por auditores da Receita Federal e por
servidores do BC e da PF. Eles cobravam uma posição do petista
sobre a votação das MPs que envolvem a carreira das categorias.
A pressão dos auditores funcionou: eles conseguiram aumentar
o salário inicial da categoria de R$
4.200 para R$ 4.993, além de estender os benefícios salariais aos
aposentados.
A proposta inicial do PT era
aprovar as medidas que tratam de
salários dos servidores sem mudanças para evitar gastos adicionais, rejeitando outras emendas
apresentadas.
As reivindicações dos servidores ficariam suspensas e seriam
discutidas em comissão tripartite
(governo, congressistas e servidores) em 2003. Mas, após a pressão
dos funcionários, foram aprovadas as emendas dos auditores da
Receita Federal, da Previdência e
do Trabalho.
Emendas
Na discussão da próxima semana, que envolve os funcionários
do BC, PF e Saúde, os servidores
defendem a aprovação das emendas. Caso sejam derrubadas, os
funcionários do BC, por exemplo,
defendem a rejeição integral da
medida provisória. Isso obrigaria
o banco a ajuizar ações para recuperar cerca de R$ 90 milhões referentes a correção de perdas salariais de planos econômicos pagos
a mais aos servidores.
No início da noite, o Congresso
aprovou outras seis MPs. No total,
nesta semana, os deputados votaram 19 das 30 MPs que estavam
trancando a pauta da Câmara.
Além da MP dos auditores, foram aprovadas ontem outras cinco, sem mudança no texto original, que prevêem:
1) alívio tributário de R$ 1 bilhão
para as empresas aéreas (Proar);
2) crédito extraordinário de R$
7 bilhões para financiamento de
concessionárias de energia;
3) anistia a perseguidos políticos prevista na Constituição;
4) programa de diversidade nas
universidades para facilitar o
acesso de minorias;
5) implantação e fiscalização do
vale-pedágio pela ANTT (Agência
Nacional de Transporte Terrestre). Todas serão encaminhadas
ao Senado.
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