São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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PT quer adiar votação do novo salário mínimo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

O PT mudou de discurso ontem na Câmara e defendeu o adiamento da votação de propostas historicamente pleiteadas pelo partido: o aumento do salário mínimo e a ampliação dos benefícios do seguro-desemprego.
A primeira, do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), recebeu parecer favorável de Paulo Paim (PT-RS) que, no final de 2001, fixou o valor do mínimo em R$ 250. A proposta que prevê a ampliação do período de concessão do seguro-desemprego e a redução do tempo necessário para obtê-lo foi dos deputados Aloizio Mercadante (SP) e Paulo Rocha (PA), ambos do PT.
Ontem, quando os dois projetos foram colocados em votação em comissões específicas, deputados do PT e de partidos aliados se manifestaram contrários e pediram o adiamento das discussões.
Na Comissão de Trabalho, Paim e outros cinco deputados do PT, PL, PDT e do PC do B foram contrários à votação do projeto. Segundo o deputado e relator do projeto, não há incoerência por parte do partido. "É o contrário. Isso é uma armação contra o PT. Queremos o aumento do salário mínimo, mas que isso seja feito no próximo ano. Em maio, teríamos um novo valor", afirmou Paim.
As modificações do seguro-desemprego, que tramitam na Câmara em regime de urgência, foram retiradas de votação pelos próprios autores.
"Não votamos porque não queremos que derrubem a nossa proposta", disse o deputado Paulo Rocha, que negou a existência de qualquer mudança de posicionamento do PT.
Deputados do PSDB, do PFL e do PPB reagiram com ironia à retirada do projeto da pauta de votação. "Eu dou risada", afirmou o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).
Como não foram votados ontem, os dois projetos voltam para a pauta das comissões na próxima quarta-feira. (LUIZA DAMÉ E LILIAN CHRISTOFOLETTI)


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