São Paulo, quinta-feira, 07 de dezembro de 2000 |
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Acusado de tortura formava agentes DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O ex-tenente Carlos Alberto Del Menezzi, acusado da prática de tortura durante o regime militar, foi professor da Escola de Inteligência do serviço de informação (ex-SNI e atual Abin) por quase 30 anos, cargo que ocupou até maio deste ano. A nomeação de Del Menezzi provocou a demissão do diretor-geral da Abin, Ariel de Cunto, na semana passada. Del Menezzi tinha como tarefa formar os agentes de informações sobre como recrutar e controlar as fontes de informações, como realizar entrevistas, como fazer vigilância e como planejar ações de inteligência. Na área de contra-informações, de como estabelecer técnicas de defesa contra os serviços de inteligência estrangeiros. Em ranking publicado pela revista "Veja" em 1998, Del Menezzi aparece como o 10º torturador brasileiro mais citado no relatório "Brasil: Nunca Mais". "Diante disso, podemos ver qual era o nível de formação que os agentes da Abin estavam tendo", afirmou o procurador federal Luiz Francisco de Souza. "Eles continuavam sendo orientados dentro da Doutrina de Segurança Nacional, que norteou as ações do extinto SNI", completou. O ex-diretor-geral da Abin, Ariel de Cunto, contestou a afirmação e disse que a estrutura pedagógica da agência foi reformulada e modernizada dentro dos padrões democráticos atuais. (WILLIAM FRANÇA) Texto Anterior: Documento mostra alvos Próximo Texto: Procuradores conseguem apoio Índice |
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