|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NARCOTRÁFICO
EUA apontam fronteira brasileira como área para expansão do narcotráfico
MALU GASPAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Projeções do governo norte-americano apontam a região da
chamada Cabeça do Cachorro, na
fronteira do Brasil com a Colômbia, como uma área de "potencial
espalhamento" do plantio da coca
e uma rota importante de fornecimento dos produtos químicos
brasileiros usados na produção
da cocaína para a Colômbia.
O diagnóstico está num mapa
mostrado ontem pelo subsecretário de Estado dos EUA para o
combate às drogas, Rand Beers, a
jornalistas, durante uma entrevista sobre a visita dele ao Brasil.
Beers esteve por dois dias no
país para discutir com as autoridades brasileiras a forma de utilização de uma verba de US$ 3,5
milhões que os EUA vão repassar
ao Brasil, como parte dos recursos
destinados ao Plano Colômbia.
O objetivo da ajuda é financiar
atividades de policiamento e repressão, visando combater os
possíveis efeitos da repressão na
Colômbia. Segundo o Ministério
da Justiça, esse dinheiro deverá
ser repassado a projetos da PF.
No mapa montado pela área de
inteligência dos EUA, as áreas de
produção da cocaína na Colômbia aparecem nos mesmos locais
em que há atividades guerrilheiras. As maiores áreas classificadas
como de "potencial espalhamento" do plantio da coca na Colômbia estão no Equador e no Brasil,
na região da Cabeça do Cachorro.
Beers disse que o diagnóstico
feito pelos EUA é que uma quantidade importante de produtos
químicos estão passando para a
Colômbia pelos rios. A área está
sendo monitorada pela Operação
Cobra, da Polícia Federal, que
prevê o reforço do policiamento
na fronteira com a Colômbia. Até
agora nenhum produto químico
foi apreendido pela PF na região.
Beers elogiou as iniciativas brasileiras de combate ao narcotráfico, como a Operação Cobra e o
programa de combate ao desvio
de precursores químicos: "Eu não
acho que o Brasil esteja sendo tímido. Os projetos brasileiros que
conheço são muito bons. Claro
que sempre se pode melhorar,
mas isso vai ser sempre assim".
O Plano Colômbia é um esforço
de combate ao plantio, à produção e ao tráfico de drogas. Ele prevê, além da repressão, substituição das culturas da coca e programas sociais que diminuam a importância do narcotráfico na economia da Colômbia. Seu custo total está avaliado em US$ 7,5 bilhões, dos quais os EUA estão
dando US$ 1,6 bilhão. A maior
parte desse dinheiro é destinada a
atividades de repressão. "Em setembro, os EUA já destinaram
cerca de US$ 1 milhão ao Brasil
como parte da ajuda anual aos
países para o combate ao tráfico."
Texto Anterior: FHC dará ministério a derrotado no Congresso Próximo Texto: PF não crê que rios sejam usados Índice
|