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MATO GROSSO
Cheques da Assembléia foram apreendidos
PF liga provável chefe do crime organizado no Estado a deputados
FREE-LANCE PARA A
AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
No segundo dia da Operação
Arca de Nóe, em Cuiabá, a Polícia
Federal invadiu a empresa Real
Factoring, sede dos negócios de
João Arcanjo Ribeiro, 52, apontado como o chefe do crime organizado no Estado. No local, foram
encontrados três cheques da Assembléia Legislativa de Mato
Grosso, num valor total de R$
1.044.000,00. Arcanjo está foragido desde anteontem.
Os cheques são datados do dia
27 de novembro de 2000, no valor
de R$ 348 mil cada, e foram assinados pelos deputados estaduais
José Riva (PSDB) e Humberto Bosaipo (PL). Ambos davam sustentação ao então governador Dante
de Oliveira (PSDB).
O deputado Bosaipo informou
que solicitará informações sobre
o material apreendido para depois comentar o caso. O deputado
Riva não quis dar entrevista.
A prisão de Arcanjo e os mandados de busca e apreensão foram solicitados por promotores e
procuradores federais e concedidos pelo juiz da 1ª Vara Federal
em Mato Grosso, Julier Sebastião
da Silva. No pedido à Justiça, é informado que a diferença entre o
patrimônio declarado por Arcanjo à Receita Federal, e o movimentado é de R$ 900 milhões.
Arcanjo é acusado de ser o mandante do assassinato do dono do
jornal "Folha do Estado", Sávio
Brandão, em 30 de setembro. O
jornal chamava o comendador
Arcanjo, como é conhecido, de
"Al Capone de Mato Grosso".
Cem agentes participam da
Operação Arca de Noé.
O advogado de Arcanjo, Henrique Vieira, disse que entrará com
um pedido de habeas corpus.
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