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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003

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EXTERIOR

Tratamento contra Aids é estratégia de liderança

GABRIELA ATHIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai acrescentar um elemento à sua estratégia de fortalecer a liderança brasileira na América Latina e na África: o aumento da exportação gratuita do tratamento de Aids.
Hoje, o ministro Humberto Costa (Saúde) anuncia oficialmente ao presidente da OMS (Organização Mundial de Saúde), Kong Woon Lee, que o Brasil vai ampliar o número de países dessas duas regiões que recebem o tratamento gratuito contra a doença.
Costa e Lee participam do Seminário Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, que começa hoje em Brasília.
Atualmente o Brasil financia o tratamento de cem pacientes em dez países, metade na África e metade na América Latina. Este mês serão incluídos na lista Cabo Verde, Angola, São Tomé e Príncipe e Botsuana, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve no mês passado. Cada paciente custa US$ 870 por ano.
A prioridade do Brasil, a partir de 2004, é exportar o tratamento de Aids para o maior número de países dessas duas regiões. É provável que haja uma redução na quantidade de pacientes que serão atendidos nesses novos locais para que se possa ampliar o número de países. Serão atendidos, no máximo, 5.000 estrangeiros.
Será constituído um grupo de trabalho para definir que países serão beneficiados.
Hoje, somados os quatro países africanos que começarão a receber medicamentos, o Brasil atende 1.400 pacientes estrangeiros por ano.
Costa também pedirá a Lee que a OMS financie a construção de um laboratório na África para produzir o coquetel contra a Aids. Se a organização aceitar, o Brasil entrará na parceria fornecendo tecnologia e mão-de-obra para tocar o novo laboratório.

Mercosul
Ontem, durante o Seminário Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, Humberto Costa disse que o governo conseguiu incluir na pauta do Mercosul -no encontro de ministros da Saúde realizado no Uruguai na semana passada- ações comuns na área.
A principal proposta brasileira é para que os países do bloco comprem juntos os medicamentos, o que reduziria o preço dos produtos. Outro ponto é a criação de uma política de financiamento para atender a população que vive nas fronteiras.
Dessa forma, quem mora em regiões de fronteira poderia ser atendido na rede pública de qualquer país. O objetivo mais político do Brasil na área de saúde é exportar o modelo do Sistema Único de Saúde para que seja adotado pelo maior número de países do Mercosul e da América Latina.
O ministro ainda mandou um recado aos deputados que vão investigar o tráfico de órgãos. "O serviço público é muito seguro. Temo que a CPI atue de forma a inibir os doadores."


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