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São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2003

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Conselho aprovou carta, diz Trevisan

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O consultor Antoninho Marmo Trevisan disse que o texto da carta enviada aos associados da ONG Apoio Fome Zero foi aprovado pelos 21 empresários do conselho deliberativo da instituição.
Trevisan afirma que o texto é formal, mas não impositivo. "É uma carta formal, mas é honesta, sincera. Além disso, os valores são irrisórios." Segundo ele, "não passou pela cabeça de ninguém do conselho que algum empresário fosse se sentir pressionado".
O consultor afirmou que alguns conselheiros sugeriram contribuições com valor mais alto.
Mas a opção, diz Trevisan, foi estabelecer valores (que vão de R$ 100 a R$ 2.500 mensais) que pudessem ser pagos por empresas pequenas. "Para não ser uma ONG de elite", diz.
Trevisan ressalta que, para que pudesse garantir a transparência administrativa da ONG, convidou para compor o conselho fiscal membros do Conselho Federal de Economia, do Instituto Brasileiro dos Auditores, de um grande escritório de advocacia e de uma empresa de auditoria.
Sobre as reclamações dos empresários, Trevisan disse que isso pode ser fruto de um conjunto de fatores, mas não do tom de uma carta que pede contribuições modestas para combater a fome.
Segundo Trevisan, a relação dos empresários com o governo passa por um momento conturbado em razão do fraco desempenho econômico do país somado à alta carga tributária. "Sei que os empresários estão irritados de alguma forma com o governo, estão bravos, e eu já levei adiante."
Ele frisa, no entanto, que a Apoio Fome Zero não fez nenhum tipo de "pressão" ou "coação" sobre o setor.
Trevisan afirma que, hoje, as grandes empresas possuem suas próprias ONGs e fundações.
"Muitas empresas não querem mais contribuir para uma ONG que não lhe dê visibilidade, mas para a sua própria. Há um problema instalado, percebo isso."
Em relação à primeira-dama, Marisa Letícia Lula da Silva, Trevisan foi categórico: "Eu a convidei [para ser presidente de honra da ONG], e ela gentilmente aceitou. Se há algum ônus, ele é meu, mas não dá para demonizar as boas iniciativas deste país. Estou estarrecido, a vontade de trabalhar [em programas sociais] vai lá para baixo". (GA)



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