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Comissão faz parecer
contra gestão de Marta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Parecer apresentado pelo presidente da Comissão de Assuntos
Econômicos do Senado, Luiz Otávio (PMDB-PA), aponta que uma
operação conduzida pela ex-prefeita Marta Suplicy (PT) deve ser
investigada pelo Ministério Público e pode configurar crime fiscal e
improbidade administrativa.
Trata-se da modificação promovida em 2004 no contrato da
prefeitura com o Reluz (Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente), cujos valores foram elevados de R$ 151 milhões
para R$ 187 milhões. A regularidade da medida é questionada
desde o final do ano passado. Entre as penas previstas em caso de
condenação, estão prisão por até
dois anos e suspensão dos direitos
políticos por até cinco anos.
A polêmica beneficia o líder do
governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), que disputa
com Marta a vaga do partido para
concorrer ao governo estadual em
2006. Ontem, Mercadante teve a
oportunidade de defender a ex-prefeita. O líder governista conseguiu evitar a votação do parecer
de Luiz Otávio, que, pelas contas
dos aliados, seria aprovado por 12
votos a 6. A comissão concordou
em primeiro convidar a ex-prefeita para dar explicações.
"Independentemente da minha
disputa com ela [Marta], vou defender o contrato do Reluz, que é
um programa inteligente e merece tratamento excepcional."
Por meio de sua assessoria,
Marta afirmou que "tem convicção de que cumpriu todas as obrigações legais". A ex-prefeita informou ter dito a Luiz Otávio que
não poderá comparecer à comissão na próxima terça, mas que está disposta a marcar outra data.
A controvérsia em torno da
operação começou há um ano,
quando o ministro Antonio Palocci (Fazenda) enviou à CAE documento informando que a alteração do contrato com o Reluz estava em desacordo com a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Por meio do Reluz, a Eletrobrás
oferece financiamento às concessionárias de energia, que fecham
contratos com as prefeituras para
fornecer iluminação pública.
Em sua defesa, Marta informou
a comissão de que não houve uma
nova operação de crédito, mas
um aditamento do contrato. A
Consultoria Legislativa do Senado, porém, seguiu a interpretação
da Fazenda. Para regularizar a situação das prefeituras, o governo
editou em janeiro uma medida
provisória dando ao Reluz um
tratamento excepcional em relação às regras da LRF.
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