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CONEXÃO RIBEIRÃO
Empresa é acusada de
fiscalizar a si mesma
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
Integrantes do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil de
Ribeirão Preto descobriram ontem mais um detalhe no suposto
esquema de fraudes na varrição
do lixo na administração Antonio
Palocci Filho: a fiscalização de alguns serviços era feita pela própria empreiteira Leão Leão.
A informação foi transmitida
pelo novo diretor do bosque Gustavo Nonino, 35, durante vistoria
do delegado Benedito Antonio
Valencise e do promotor Aroldo
Costa Filho. "Um funcionário da
Leão passava uma vez por dia para ver se alguém tinha faltado",
disse o funcionário.
"É uma aberração o que aconteceu aqui. Um absurdo", disse o
delegado em referência à discrepância entre o montante a ser varrido no local -4,5 quilômetros-
e o que era pago pela administração petista (2001-2004): entre 46 e
48 quilômetros por dia. Valencise
percorreu toda a área sujeita à
varrição em cerca de meia hora.
Além do bosque, a polícia e a
Promotoria têm documentos que
mostram que as fraudes ocorriam
em vários outros setores, como
no sistema de varrição móvel.
A Leão é acusada pelo advogado
Rogério Buratti, ex-vice-presidente da empreiteira e ex-secretário de Governo de Palocci, de ter
pago propina de R$ 50 mil ao ministro da Fazenda (entre 2001 e
2002) e ao seu sucessor na prefeitura, Gilberto Maggioni (2003 e
2004). Os dois negam.
Nos cálculos da Promotoria, os
desvios dos cofres públicos giravam em torno de R$ 400 mil mensais e perto de R$ 300 mil voltavam em forma de propina.
A ex-superintendente do Departamento de Água e Esgoto de
Ribeirão Preto Isabel Bordini e a
assessoria da Leão não foram encontrados ontem. Em entrevista
anteriores, eles negaram a fraude.
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