São Paulo, sexta-feira, 07 de dezembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Meu garoto

Foi Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete e principal emissário de Lula para assuntos relativos ao PT, quem recomendou ao presidente tomar posição pública sobre o segundo turno da eleição para o comando da sigla, no dia 16. "Declaro meu apoio e convido todos os petistas a votarem em Ricardo Berzoini. Ele demonstrou sua competência quando assumiu o partido em 2005 e em toda a sua vida política", diz a curta nota, exibida como troféu no site da campanha.
O esforço de Carvalho e a concordância de Lula indicam que, sem prejuízo do favoritismo de Berzoini, o segundo turno pode não ser exatamente uma barbada caso Tatto resista aos apelos -até agora envergonhados- para retirar sua candidatura.

Em campo 1. Berzoini assegurou a adesão de Marcelo Déda (SE), um dos governadores petistas que apoiaram José Eduardo Cardozo no primeiro turno. Agora, investe pessoalmente no ministro da Justiça, Tarso Genro, mentor da candidatura do deputado.

Em campo 2. Já Tatto deve obter o endosso da outra metade do grupo que apoiou Cardozo, a corrente Democracia Socialista. Além de Valter Pomar, Gilnei Viana, outro candidato derrotado na primeira etapa, irá de Tatto.

Veja bem. Na tentativa de amolecer a resistência de Arthur Virgílio (PSDB-AM) à opção José Sarney (PMDB-AP) para comandar o Senado, tucanos ponderaram: melhor Sarney por um ano do que por dois (se não ocupar o mandato-tampão, o ex-presidente pode perfeitamente concorrer ao biênio 2009-2010).

Até os dentes. Virgílio virou uma espécie de célula guerrilheira dentro da bancada do PSDB. Até ontem, mantinha oposição praticamente solitária a Sarney. Além disso, é o principal foco de resistência à ofensiva dos governadores do partido pró-CPMF.

Coisa linda. Em reunião na qual ouviu de Michel Temer, ladeado por Sarney, que o PMDB agora está unido para eleger o presidente do Senado, fazer o ministro das Minas e Energia e tudo o mais, Lula se empolgou: "Se unidas as forças de nossos dois partidos, podemos ficar ainda muito tempo no poder".

Escala. Edison Lobão, senador que o PMDB pretende emplacar nas Minas e Energia, diz a quem quiser ouvir que será candidato ao governo do Maranhão em 2010. Pensando bem, ninguém mais leva a sério a regra de Lula segundo a qual quem vira ministro tem de abdicar da eleição.

100%. As idéias de Lobão deixarão de cabelo em pé os petistas instalados nas estatais elétricas: "Se o ministério for do PMDB, é o partido que deve indicar os diretores".

De casa. Ex-assessor de Sarney e da presidência do Senado, Francisco Escórcio, pivô da acusação de espionagem contra adversários de Renan Calheiros, marcou presença ontem no plenário, na sessão que homenageou a capital maranhense, São Luís.

Bola de cristal. Um dia antes de a decisão ser anunciada pelo presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), o renanzista de todas as horas Almeida Lima (PMDB-SE) já avisava alegremente que as duas últimas representações contra o senador haviam sido arquivadas sumariamente.

Vapt-vupt. Lula deixará a Argentina, na segunda, imediatamente depois da posse de Cristina Kirchner. Quer aproveitar o restante do dia para monitorar a situação da CPMF, a ser votada na terça.

Antecedentes. Preso na Operação Taturana, o deputado estadual alagoano Cícero Ferro (PMN) teve seu indiciamento pedido pela CPI do Narcotráfico da Câmara, em 2000. O mesmo ocorreu com o atual presidente da Assembléia, Antônio Albuquerque, cujo irmão também foi preso.

Tiroteio

"Caiu por terra a derradeira conversa mole dos admiradores de Chávez: a de que ele teria aceitado "democraticamente" a derrota."


Do deputado ACM NETO (DEM-BA) sobre a declaração, dada pelo presidente venezuelano, de que a oposição teve uma "vitória de merda" no referendo de domingo passado.

Contraponto

Bicho-papão

Em campanha pela prorrogação do imposto do cheque, a líder da bancada do PT no Senado, Ideli Salvatti, participou de debate sobre o tema numa emissora de rádio em Tubarão (SC). Na mesma cidade, ocorrera dias antes um protesto intitulado "Xô, CPMF", liderado pela religiosa que dirige o hospital Nossa Senhora da Conceição.
-Irmã Enedina, vi sua foto no jornal-, disse Ideli ao vivo, para em seguida fazer uma advertência:
-Quero ver como a senhora vai fazer quando deixar de receber os repasses mensais do imposto.
Antes do fim do programa, a irmã já estava na rádio:
-Senadora, pelo amor de Deus! Eu juro que não sabia que parte do dinheiro do hospital vinha da CPMF!


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