São Paulo, quinta, 8 de janeiro de 1998.




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ELEIÇÕES
Marta Suplicy diz que ela e o partido estão "encantados" com candidatura própria e rechaça idéia de Serra
PT recusa formação de aliança pró-Covas

CARLOS EDUARDO ALVES
da Reportagem Local


A maioria do PT vetou liminarmente a proposta do senador José Serra (PSDB-SP) para formação de uma frente para tentar reeleger o governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), em outubro próximo.
"Não existe a mínima possibilidade de apoio a Covas", reagiu José Dirceu, presidente nacional do PT. Dirceu argumentou que o PSDB não tem "autoridade" para capitanear uma frente contra Paulo Maluf (PPB) depois que o presidente Fernando Henrique Cardoso se aproximou do pepebista.
Dirceu rebateu o argumento de Serra sobre a desvinculação das lógicas das eleições estaduais e nacional. "Para nós, a lógica é mesma", afirmou.
O dirigente atribuiu a ação de Serra a uma tentativa de "diversionismo" gerada por um eventual "impacto" causado pelo lançamento da virtual candidatura de Marta Suplicy (PT) ao governo paulista. "Desde quando o Serra foi de fazer aliança com o PT?"
Marta Suplicy foi na mesma linha. "O PT não tem dúvidas em relação à sua candidata, como ocorre no PSDB, e não há sentido em apoiar Covas", declarou.
Para a deputada, há uma situação especial em jogo. "Eu e o PT estamos encantados com a minha candidatura", acha.
Antonio Palocci, presidente do PT paulista, também rechaçou a idéia de Serra. "Um acordo só seria possível se Covas rompesse com Fernando Henrique, o que acho quase impossível", disse.
Apesar de extremamente minoritária, há uma corrente do PT de São Paulo que defende o apoio a Covas. Os nomes mais conhecidos são os dos deputados federais Eduardo Jorge e Hélio Bicudo e dos vereadores paulistanos Henrique Pacheco e Adriano Diogo.
No próximo dia 24, movimentos de moradia da zona leste pretendem fazer um ato de apoio a uma aliança com Covas.
O deputado Renato Simões, que pretende disputar com Marta Suplicy o direito de representar o PT na corrida ao Bandeirantes, admitiu ontem, pela primeira vez, que pode retirar a postulação. "Mas é uma possibilidade bem remota."
PDT
O virtual candidato do PDT ao governo paulista, Francisco Rossi, defendeu ontem o lançamento da candidatura do presidente nacional da legenda, Leonel Brizola, à Presidência da República.
Segundo ele, a idéia de ter Brizola candidato a vice-presidente em uma chapa com o PT, já descartada pelo ex-governador, "nunca entusiasmou" os dois partidos.


Colaborou a Sucursal do Rio


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