XICO SÁ
da Reportagem Local

O usineiro alagoano João Lyra caiu no embalo do festivo namoro da filha, Thereza Collor, com Paulo Henrique Cardoso (filho de Fernando Henrique Cardoso), e se tornou um dos principais candidatos do partido do presidente à Câmara dos Deputados.
Lyra está entre os homens mais ricos do Nordeste e sempre atuou como um dos maiores financiadores de campanhas políticas, como a do ex-presidente Fernando Collor em 1989, por exemplo.
Amigo do peito do empresário Paulo César Farias, o PC, tesoureiro da campanha collorida morto em 1996, o pai de Thereza havia sido beneficiado, juntamente com outros "barões do açúcar", pelo famoso "acordo dos usineiros".
Foi desta forma que ficou conhecido o acerto de Collor, então governador de Alagoas, para favorecer, com a devolução de dinheiro arrecadado de ICM, o atual ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), os donos das usinas.
Quando Pedro Collor, marido de Thereza também já morto, ainda ameaçava abrir a boca com as denúncias contra o irmão Fernando, Lyra, por sugestão de PC, tentou acalmar o genro e abafar o caso. A intervenção do usineiro não surtiu o efeito aguardado.
A proximidade com o PSDB ocorreu na campanha de FHC, em 1994, quando pôs jatinhos da Lug Táxi Aéreo, de sua propriedade, à disposição dos tucanos.
Como sempre misterioso e avesso à imprensa, o pai de Thereza Collor não comenta a sua candidatura. A Folha tentou falar com ele, por telefone, durante os últimos dois dias, sem sucesso.
A candidatura de Lyra trouxe ânimo novo aos tucanos alagoanos. Representa a possibilidade de reforço no caixa geral do partido para o ano eleitoral, segundo comentam os políticos do Estado.
Além de muito dinheiro no caixa, a presença de Thereza, uma espécie de embaixadora do turismo alagoano, pode contribuir com votos para o pai usineiro.
Lyra é um entusiasta do namoro da filha com Paulo Henrique Cardoso, o filho do "homem", como se diz em Alagoas.



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