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Deputados dizem que fizeram empréstimos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A maioria dos deputados
afirma ter recorrido a empréstimos para não apresentar dívidas de campanha aos TREs.
A deputada federal Maria do
Carmo Lara (PT-MG) afirma
ter feito um empréstimo, com
desconto em folha, de R$ 53 mil
no Banco do Brasil. Para completar os R$ 96.320,40 que
doou após as eleições, recorreu
a amigos, que contraíram empréstimos em bancos e repassaram os recursos. Ela afirma
ter feito contrato de reconhecimento de dívida. "Se eu pedisse
todo esse valor, com o salário
que eu ganho, quem daria esse
empréstimo?", questiona. Ela
diz ter contraído dívidas em todas as campanhas que fez.
Marcelo Melo (PMDB-GO)
afirmou ter buscado empréstimos exclusivamente de amigos
para doar para a própria campanha. Também disse ter registrado tudo. Assumiu que os valores dos bens declarados à
Justiça estavam "defasados".
O deputado federal eleito
Antonio José Medeiros (PT-PI) alegou ter recorrido a um
empréstimo de R$ 20 mil, vendido um carro da família e usado o salário para completar os
R$ 130 mil investidos. Ele disse
que "fazia questão" de enviar à
Folha o seu extrato, o que não
ocorreu até o fim desta edição.
Elismar Prado (PT-MG), que
teve as contas rejeitadas pelo
TRE-MG, afirmou, por meio de
seu irmão, o deputado estadual
eleito Wellington Prado, que se
tratou de um "pool" de empréstimos em instituições bancárias e com "companheiros".
Wellington disse que houve
um erro da contabilidade, que
acreditava ter até o final do ano
para arrecadar. Quando soube
que era até o dia 31 de outubro
"foi uma correria só": "Teve
gente até vendendo carro para
ajudar". Pelo menos R$ 20 mil
foram emprestados pela Caixa
Econômica Federal.
Reeleito, Luiz Couto (PT-PB) teria ganho uma indenização de R$ 30 mil em correção
do FGTS, num processo movido pela associação de professores da UFPB. Além disso, pediu
um empréstimo de R$ 45 mil
ao Banco do Brasil. O restante
seria parte de seu patrimônio e
salário como deputado federal.
Raimundo de Matos (PSDB-CE) estimou seu patrimônio,
junto com a mulher, em R$ 800
mil. Ele alega ter enviado ao
TRE apenas a sua guia de declaração de bens à receita, em que
não consta nenhum bem. Todos estariam na guia da esposa.
A Folha procurou os deputados eleitos Wellington Fagundes (PL-MT), Domingos Dutra
(PT-MA), Natan Donadon
(PMDB-RO) e José Geraldo
Torres da Silva (PT-PA), mas
eles não ligaram de volta.
(IN)
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