São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2007

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Deputados dizem que fizeram empréstimos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A maioria dos deputados afirma ter recorrido a empréstimos para não apresentar dívidas de campanha aos TREs.
A deputada federal Maria do Carmo Lara (PT-MG) afirma ter feito um empréstimo, com desconto em folha, de R$ 53 mil no Banco do Brasil. Para completar os R$ 96.320,40 que doou após as eleições, recorreu a amigos, que contraíram empréstimos em bancos e repassaram os recursos. Ela afirma ter feito contrato de reconhecimento de dívida. "Se eu pedisse todo esse valor, com o salário que eu ganho, quem daria esse empréstimo?", questiona. Ela diz ter contraído dívidas em todas as campanhas que fez.
Marcelo Melo (PMDB-GO) afirmou ter buscado empréstimos exclusivamente de amigos para doar para a própria campanha. Também disse ter registrado tudo. Assumiu que os valores dos bens declarados à Justiça estavam "defasados".
O deputado federal eleito Antonio José Medeiros (PT-PI) alegou ter recorrido a um empréstimo de R$ 20 mil, vendido um carro da família e usado o salário para completar os R$ 130 mil investidos. Ele disse que "fazia questão" de enviar à Folha o seu extrato, o que não ocorreu até o fim desta edição.
Elismar Prado (PT-MG), que teve as contas rejeitadas pelo TRE-MG, afirmou, por meio de seu irmão, o deputado estadual eleito Wellington Prado, que se tratou de um "pool" de empréstimos em instituições bancárias e com "companheiros".
Wellington disse que houve um erro da contabilidade, que acreditava ter até o final do ano para arrecadar. Quando soube que era até o dia 31 de outubro "foi uma correria só": "Teve gente até vendendo carro para ajudar". Pelo menos R$ 20 mil foram emprestados pela Caixa Econômica Federal.
Reeleito, Luiz Couto (PT-PB) teria ganho uma indenização de R$ 30 mil em correção do FGTS, num processo movido pela associação de professores da UFPB. Além disso, pediu um empréstimo de R$ 45 mil ao Banco do Brasil. O restante seria parte de seu patrimônio e salário como deputado federal.
Raimundo de Matos (PSDB-CE) estimou seu patrimônio, junto com a mulher, em R$ 800 mil. Ele alega ter enviado ao TRE apenas a sua guia de declaração de bens à receita, em que não consta nenhum bem. Todos estariam na guia da esposa.
A Folha procurou os deputados eleitos Wellington Fagundes (PL-MT), Domingos Dutra (PT-MA), Natan Donadon (PMDB-RO) e José Geraldo Torres da Silva (PT-PA), mas eles não ligaram de volta. (IN)


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