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Campanha mais
modesta teve a
"ajuda de Deus"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Na contramão da corrida por doadores, três deputados federais eleitos
bancaram a própria campanha para a Câmara. A
arrecadação deles ficou
bem abaixo da média de
R$ 503 mil dos 513 eleitos.
Presidente nacional da
Igreja do Evangelho Quadrangular, o pastor Mario
de Oliveira (PSC-MG) gastou R$ 43,2 mil. Seu patrimônio, segundo declarou
à Justiça Eleitoral, atinge
R$ 2,3 milhões.
Oliveira, segundo o presidente do PSC-MG, Geraldo Faria, não recusa
doações de terceiros, mas
não teria contado com outro meio que não a igreja.
"Ele é remunerado e tem
os seus recursos."
De acordo com Faria, o
gasto do pastor foi baixo
porque ele "mantém contato direto com os fiéis,
que são seus eleitores".
Oliveira gastou apenas
com publicidade em placas, faixas e em jornais ou
revistas, segundo a prestação de contas ao TRE.
O cantor gospel Marcos
Antonio da Hora (PSC-PE) teve a arrecadação
mais baixa entre os 513
eleitos. E bancou toda ela:
foram R$ 5.700 de recursos próprios investidos na
campanha. "Não tive ajuda de partido. Só de Deus e
do povo. As pessoas fizeram propaganda e deu no
que deu: 62 mil votos."
Enéas Carneiro (PR-SP)
teve a segunda campanha
mais barata para a Câmara: R$ 6.047,07. Ele não falou com a Folha.
Doações milionárias
Bancando 99,4% da própria campanha, o deputado federal reeleito Odilio
Balbinotti (PMDB-PR)
-segundo eleito mais rico,
com patrimônio declarado
de R$ 123,8 milhões- gastou R$ 1,1 milhão em sua
campanha: "[Quando recorre-se a doação] há mais
facilidade de ficar vinculado a grupos. Mas não condeno quem pede doação".
Ex-governador de Sergipe, Albano Franco (PSDB)
diz chegar à Câmara 30%
menos rico, após bancar
91,9% de sua campanha.
Segundo ele, a candidatura foi decidida "de última
hora", o que teria inviabilizado a busca por doação.
"Entrei [na eleição] para
ajudar o [candidato à Presidência Geraldo] Alckmin." A "ajuda" custou R$
1 milhão. "Tenho meus recursos. E parte do dinheiro também veio de meus
filhos, que administram os
negócios", conta.
Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR) doou R$ 1,13
milhão para a própria
campanha, valor equivalente a 71,3% do patrimônio declarado. A Folha
não conseguiu localizá-lo.
Os 513 eleitos investiram R$ 33,6 milhões de
recursos próprios nas
campanhas. O montante
equivale a 13% do total arrecadado pelos candidatos
eleitos e a 2,7% do patrimônio somado. A média
de recursos próprios doados é de R$ 65 mil.
(IN)
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