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João Paulo propõe "lei do silêncio" para abrandar crise interna no PT
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Câmara dos
Deputados, João Paulo Cunha
(PT), quer os petistas da Casa, radicais ou não, de boca fechada.
Para o parlamentar, o silêncio seria a melhor forma de abrandar a
crise interna provocada pelas críticas dos chamados radicais do
partido ao governo Lula.
"No PT, nós somos todos radicais. O problema é que esse debate está sendo potencializado. Temos 92 deputados e 14 senadores.
As críticas, com certeza não expressam a opinião da maioria.
Tem gente falando demais. Não
importa de que lado, seria bom o
PT parar de falar", disse ele.
Além de pregar uma espécie de
"lei do silêncio", João Paulo afirmou que a crise deve ser debatida
internamente pelo partido e, fechado um consenso em torno do
assunto, os que discordarem devem ser punidos.
"O PT já perdeu bons companheiros pela esquerda e pela direita. Essa prática vai continuar.
Quando fechar questão, quem
não respeitar, vai ser punido."
Como exemplo, ele citou a proposta da reforma da Previdência
que o governo deve encaminhar à
Câmara neste semestre. "Quando
definirmos uma posição do PT
sobre o assunto, aí todo mundo
vai ter que seguir", disse.
O presidente da Câmara não citou nomes, mas, questionado sobre as posições da senadora Heloísa Helena (PT-AL) e do deputado Babá (PT-PA), que criticaram o governo, João Paulo disse
que alguns parlamentares deviam
refletir antes de buscar uma "fotografia, um flash".
As declarações foram feitas em
entrevista coletiva que o presidente da Câmara concedeu em
Osasco (SP), sua cidade natal.
Ele saiu em defesa da política
econômica conduzida pelo ministro Antonio Palocci (PT), alvo dos
ataques dos próprios petistas.
"O Palocci pegou uma casa em
situação muito ruim, mas que estava em pé. Não adianta começar
a reforma pelo alicerce, porque
ela pode desmoronar", disse,
comparando a casa ao país.
"Grosserias"
Em Brasíla, o presidente do PT,
José Genoino, baixou o tom das
críticas aos radicais. "Vamos superar essa fase de algumas grosserias e alguns bate-bocas para
construir uma unidade política.
Vamos gastar menos energia com
a discussão com alguns companheiros e nos concentrar nos projetos do partido e nos debates
com o partido e as bancadas."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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