São Paulo, quarta-feira, 08 de fevereiro de 2006

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Cúpula do PSDB age contra prévia

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O comando nacional do PSDB tenta debelar a disputa entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito José Serra. Ao saber da disposição de Alckmin de submeter a escolha do candidato à Presidência pelo partido a um amplo colégio, integrantes da cúpula do PSDB telefonaram para o governador com a missão de dissuadi-lo da idéia.
Tucanos lembram que Alckmin teria concordado com a inoportunidade de prévias, em jantar com o presidente nacional do partido, Tasso Jereissati, no mês passado. Hoje, o governador Aécio Neves (MG) chega a São Paulo com a tarefa de conversar com os dois. A intenção é reuni-los para fixação dos critérios de escolha.
Ontem, em entrevista em Minas, Aécio apelou para a responsabilidade de Alckmin e Serra. "No PSDB não há espaço para aventureiros. Os dois têm uma história dentro do partido. Uma história no país. São gestores absolutamente testados e não farão vôo solo. Aquele que for o nome que estiver, no momento certo, em melhores condições de disputar as eleições e de vencê-las, será o nosso candidato", disse Aécio, que duvida da possibilidade de antecipação da escolha.
"Continuo achando que o mês de março é um mês adequado para o anúncio", afirmou.
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), disse ontem que a "prévia não é conveniente". "É internamente desgastante. Potencializa a disputa interna."
Para ele, a Executiva exercerá a articulação do consenso. Mas não fará a escolha. O deputado Júlio Semeghini (SP) duvida, porém, da costura de um acordo. Para ele, a situação é "irreversível".

Assembléia
Ontem, "bombeiros" conseguiram abortar movimento de alckmistas pela divulgação de um documento da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa em favor da candidatura do governador.
Lembrando ter sido o único a não assinar um manifesto pela candidatura de Saulo de Castro Abreu Filho em 2004 -quando Serra foi o escolhido para disputar a Prefeitura- o líder da bancada, Ricardo Tripoli, argumentou: "Listas deixam cicatrizes. Não tem sentido fazer isso".
Para que a medida não fosse encarada como recuo, os deputados decidiram consultar as bases antes da decisão, programada para a semana que vem. Adepto da candidatura de Alckmin, o deputado Pedro Tobias, porém, questiona: "Vamos consultar as bases e enviar para a direção nacional. Temos que ter mais peso que a Bahia, Alagoas... Por que o Jutahy Magalhães [deputado federal pela Bahia e aliado de Serra] pode ser ouvido e eu não?"


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