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Cúpula do PSDB age contra prévia
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O comando nacional do PSDB
tenta debelar a disputa entre o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, e o prefeito José Serra.
Ao saber da disposição de Alckmin de submeter a escolha do
candidato à Presidência pelo partido a um amplo colégio, integrantes da cúpula do PSDB telefonaram para o governador com a
missão de dissuadi-lo da idéia.
Tucanos lembram que Alckmin
teria concordado com a inoportunidade de prévias, em jantar com
o presidente nacional do partido,
Tasso Jereissati, no mês passado.
Hoje, o governador Aécio Neves
(MG) chega a São Paulo com a tarefa de conversar com os dois. A
intenção é reuni-los para fixação
dos critérios de escolha.
Ontem, em entrevista em Minas, Aécio apelou para a responsabilidade de Alckmin e Serra.
"No PSDB não há espaço para
aventureiros. Os dois têm uma
história dentro do partido. Uma
história no país. São gestores absolutamente testados e não farão
vôo solo. Aquele que for o nome
que estiver, no momento certo,
em melhores condições de disputar as eleições e de vencê-las, será
o nosso candidato", disse Aécio,
que duvida da possibilidade de
antecipação da escolha.
"Continuo achando que o mês
de março é um mês adequado para o anúncio", afirmou.
O líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP), disse ontem
que a "prévia não é conveniente".
"É internamente desgastante. Potencializa a disputa interna."
Para ele, a Executiva exercerá a
articulação do consenso. Mas não
fará a escolha. O deputado Júlio
Semeghini (SP) duvida, porém,
da costura de um acordo. Para ele,
a situação é "irreversível".
Assembléia
Ontem, "bombeiros" conseguiram abortar movimento de alckmistas pela divulgação de um documento da bancada do PSDB na
Assembléia Legislativa em favor
da candidatura do governador.
Lembrando ter sido o único a
não assinar um manifesto pela
candidatura de Saulo de Castro
Abreu Filho em 2004 -quando
Serra foi o escolhido para disputar
a Prefeitura- o líder da bancada,
Ricardo Tripoli, argumentou:
"Listas deixam cicatrizes. Não
tem sentido fazer isso".
Para que a medida não fosse encarada como recuo, os deputados
decidiram consultar as bases antes da decisão, programada para a
semana que vem. Adepto da candidatura de Alckmin, o deputado
Pedro Tobias, porém, questiona:
"Vamos consultar as bases e enviar para a direção nacional. Temos que ter mais peso que a Bahia, Alagoas... Por que o Jutahy
Magalhães [deputado federal pela
Bahia e aliado de Serra] pode ser
ouvido e eu não?"
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