São Paulo, sábado, 8 de março de 1997.

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Painel



Livrando a cara
Quem conversou com Wagner Baptista Ramos ouviu que Pitta não levou vantagem em operações de títulos da Prefeitura de São Paulo que o BC considerou irregulares. Ele depõe na CPI dos Precatórios na próxima quarta.

Maluf e 98
Maluf está na Europa, mas seus coordenadores políticos trabalham a plena carga para 1998. Há fortes indícios de que o objetivo principal não é mais o Planalto, mas o Palácio dos Bandeirantes.

Hiperativo
Um dos ativos, na coordenação do malufismo para 1998, é o ex-vereador Marcos Cintra, presidente estadual do PL.

Sem corporativismo
As rusgas com o PSDB têm deixado estressado o líder Inocêncio Oliveira (PFL), cujo cargo é cobiçado internamente. Médico alopata, recorreu à acupuntura para dar um jeito na insônia e no humor ultimamente irritadiço.

Tá explicado
A mulher de Pitta, Nicéa, que recebeu ontem o título de cidadã paulistana da Câmara Municipal, diz que ``a CPI (dos Precatórios) não atinge sua família''. ``O Pitta não está preocupado. Eu não leio jornal nem vejo TV''.

Briga na selva
A comissão da Câmara sobre a Zona Franca (AM) vai tentar arbitrar uma queda-de-braço entre a Receita Federal e a Coca-Cola. O Leão acusa a empresa de se habilitar a incentivos aos quais não teria direito.

Perdas e danos
Para ter direito a um crédito anual de US$ 400 mi de IPI, a Coca-Cola teria de utilizar insumos da região amazônica. Emprega só em 14% de sua produção. A Receita quer limitar o crédito da empresa a esse percentual.

Disputa no tapa
O governador Eduardo Azeredo articula a ida de Roberto Brant (MG) e não de José Aníbal (SP) para a liderança do governo na Câmara. No caso de o PSDB conseguir tomar o posto do pefelista Benito Gama (BA).

Sintonia diferente
Michel Temer (PMDB) discorda da proposta de ACM (PFL) de fazer sessões do Congresso nas tardes de quarta: ``Esse é o horário nobre para decisões da Câmara''. Sugere as manhãs de quarta ou às terças e quintas.

Risco calculado
Luís Eduardo engrossou o discurso para tentar manter Benito Gama na liderança do governo na Câmara. Chegou a ameaçar o Planalto de abrir mão da Comissão de Relações Exteriores em favor de Benito, se ele sair.

Tempero baiano
O esforço para manter Benito na liderança do governo passa também pelo líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA).

Bola nas costas
Covas está furioso com Paulo Kobayashi, cujo grupo manobrou para ganhar na bancada estadual tucana a indicação à presidência da Assembléia. O governador quer Walter Feldman, que pode disputar no plenário.

Recorde negativo
Balanço de 96 sobre a Justiça trabalhista compilado por Almir Pazzianotto, ministro do TST: o TRT de Campinas já supera o TRT carioca. Foram 28.569 processos julgados no ano passado, contra 27.438 no Rio.

Novo retrato
O movimento do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Campinas é o segundo do país. Perde apenas para o de São Paulo. Para Pazzianotto (TST), ``é um reflexo da descentralização das atividades industriais''.

Mordida no bolso
Suspeito de ser o cérebro de irregularidades com títulos públicos que a CPI dos precatórios investiga, Wagner Baptista Ramos contratará um advogado tributarista. Ele já conta com o criminalista Márcio Thomaz Bastos.

Terapia de choque
A OAB federal quer dar batidas periódicas em todas as instituições penais para crianças e adolescentes. Tentará melhorar as condições de vida dos internos.

E-mail:±painel@uol.com.br TIROTEIO
De João Leão (PSDB-BA), sobre ACM (PFL) dizer que, se o governo FHC tivesse a cara do PSDB, pareceria um fenômeno teratológico:
- A Bahia, com a cara do PFL de ACM, é um fenômeno da ação dos anelídeos hirudíneos (sanguessugas), pessoas que exploram pedindo dinheiro.

CONTRAPONTO
Banda parlamentar


A eleição para prefeito de Contagem (MG) em 96 foi disputada por dois deputados federais: Newton Cardoso (PMDB) e Ademir Lucas (PSDB). Outro deputado federal, Tilden Santiago (PT), acabou desistindo meses antes do pleito.
Newton Cardoso foi eleito.
Lucas e Santiago se encontraram na semana passada num avião voltando de Brasília. Sentaram lado a lado.
O tucano aproveitou e brincou com Santiago, que é conhecido por animar seus comícios tocando saxofone:
- Pô, se você tivesse disputado a eleição em Contagem, pelo menos poderia haver segundo turno. Esse negócio do saxofone é uma boa idéia: quem sabe não teria dado certo?
Santiago não se entusiasmou com o comentário do colega e aproveitou para alfinetar:
- Ia dar certo nada. Onde eu chegasse com meu saxofone, vocês já teriam passado antes com a gaita (gíria para dinheiro).

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