São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2001 |
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PAINEL Caminho natural Sem Covas, e com FHC fortalecido no comando da sucessão tucana, começou a ser costurado no PSDB um acordo entre Geraldo Alckmin e José Serra. O primeiro deve apoiar o segundo ao Planalto. Receberia em troca a pista livre e o aval do ministro para concorrer em São Paulo. Aliança sem alarde Alckmin não pode -nem deve fazê-lo- entrar agora em atrito com a escolha de Covas, que optou por Tasso Jereissati para suceder FHC. A costura do governador com Serra será tão silenciosa quanto "natural". Para a sobrevivência de ambos. Candidatura legal Haverá muita pressão política em torno da legalidade da candidatura Alckmin em 2002. Mas a tendência do STF, onde a questão vai desembocar, é de considerá-lo desimpedido para disputar o governo do Estado. Fio da navalha Tudo o que o Planalto mais teme agora é uma CPI que investigue a privatização das teles. Tudo que o PMDB mais teme é que o caso Banpará fulmine Jader Barbalho. O trunfo de um parceiro é o temor do outro e vice-versa. Mas qualquer fato novo pode fazer ruir o "acordão" de conveniência dos enforcados. Escorpião encalacrado A situação de Jader Barbalho é considerada hoje, no próprio PMDB, como "muito desconfortável". Aliados do presidente do Senado confessam que nunca o viram tão acuado. Hora do afago FHC telefonou para Inocêncio Oliveira anteontem, rebelado desde a eleição para a presidência da Câmara. Disse que o pefelista é importante para o seu governo. Ficaram de se falar pessoalmente nos próximos dias. Cabeça fria Pefelistas aconselharam Inocêncio a fazer um "mea culpa" no plenário, se quiser um cargo de liderança no Congresso. Deve dizer que exagerou nas críticas por estar muito transtornado com a disputa na Câmara. Chapéu da razão Vereadores da antiga base malufista na Câmara paulistana procuraram auxiliares do ex-prefeito pedindo sólidos argumentos para não rejeitar as contas da administração Maluf. Balão furado FHC entregará ao PFL de Jorge Bornhausen um Ministério das Minas e Energia esvaziado. Sem o controle das privatizações, a pasta passa a ter a mesma importância que teria o Ministério dos Transportes sem o DNER, tudo que o PMDB não quer. Vitória de Malan O Planalto temia que o novo ministro das Minas e Energia, a ser escolhido no PFL, não conseguisse fazer as privatizações na velocidade prevista. O atraso no processo colocaria em risco o fechamento das contas públicas. Ataque dos sonhos Covas foi escalado com seus ídolos em homenagem da torcida do Santos: "Coutinho, Covas, Pelé e Pepe: gol do Brasil em qualquer lugar", dizia faixa no cortejo do governador, numa alusão ao ataque bi mundial. Dito e feito Antes de subir à tribuna do Senado ontem, Heloísa Helena (PT-AL) enviou dois fax para ACM. Avisando-o de que responderia duramente às insinuações de que votara contra a cassação de Luiz Estevão. Avaliação na Casa: o discurso da alagoana humilhou o senador baiano. Bombeiro de plantão A sessão ontem no Senado pegava fogo no bate-boca entre Heloísa Helena, ACM e Renan Calheiros. Até que Eduardo Suplicy tomou a palavra para, mais uma vez, homenagear Mário Covas. A partir de então, a paz dos cemitérios invadiu a Casa. Mais distantes As relações entre Jaime Lerner (PFL) e o seu pupilo Cássio Taniguchi já não são tão boas. O prefeito recusou indicações do governador para a sua gestão. TIROTEIO De Pauderney Avelino (PFL-AM), sobre a ausência de consulta às bases do PFL na escolha do titular das Minas e Energia: - O governo tem que escutar o grito dos excluídos que, no caso, é a bancada, que tem voto. CONTRAPONTO Lição de casa A deputada Telma de Souza
(PT-SP) estava desolada ontem
no enterro de Mário Covas, em
Santos. Conhecera o governador tucano ainda na infância,
em reuniões políticas que o seu
pai, João Inácio de Souza, cassado na mesma época de Covas,
promovia em sua casa. |
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