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MULTIMÍDIA
Estrangeiros avaliam impacto da morte
NOVA YORK - O jornal "The New
York Times" de ontem publicou
um perfil do governador Mário
Covas, morto anteontem. Segundo o "Times", Covas "ganhou a
reputação de administrador honesto e eficiente, em um Estado
antes desafiado pela corrupção".
O "Financial Times", de Londres, publicou reportagem com o
título "Cardoso sofre golpe com
morte de aliado". Para o jornal, o
fim da "admirada luta de Covas
contra o câncer", somado às disputas na base governista, pode
tornar "difícil para o presidente
restaurar a ordem no governo nos
últimos dois anos de mandato".
"Em um país onde os políticos
tendem a esconder a seriedade de
suas doenças", diz o jornal, "a corajosa e honesta abordagem de
Covas a seu câncer deu a ele a simpatia de todo o espectro político".
O "Wall Street Journal" publicou uma nota curta, informando
que Covas morreu "na segunda
metade de seu segundo mandato
como governador do coração industrial do Brasil, que responde
por cerca de 40% do produto interno bruto do país".
Para o "Clarín", de Buenos Aires, a morte "deixa um vazio na
vida política do Brasil". Ao jornal,
o líder petista Luis Inácio Lula da
Silva declarou: "se todo político
brasileiro tivesse o carisma de Covas, a política não teria a quantidade de bandidos que tem".
"Comoção no Brasil: morte de
Covas deixa Cardoso sem seu melhor aliado", dizia o título da reportagem do também argentino
"La Nación". Segundo o jornal,
"as manifestações populares de
dor invadiram todo o país". O jornal afirma que Covas "era respeitado por todas as facções políticas, tanto por sua anedótica teimosia quando por seu passado
sabidamente honesto".
Ele lembra que sempre que passava por uma sessão de quimioterapia pela manhã, o governador
voltava a trabalhar normalmente
já pela tarde. A reação de FHC à
morte do amigo também foi registrada. "Algumas pessoas próximas a Cardoso disseram que
pela primeira vez viram o chefe de
Estado com lágrimas nos olhos."
O título da reportagem publicada pelo jornal uruguaio "El País"
foi "Brasil de luto: morreu o "delfim" de Cardoso".
"O fato de ter partilhado com
Fernando Henrique as principais
lutas políticas em que se envolveu
não tirou a Covas a independência que sempre caracterizou a sua
atuação política", diz o jornal
"Público", de Portugal.
O também português "Diário
de Notícias" relata que Covas e
FHC "eram aliados, embora Covas criticasse a a abertura da economia ao capital estrangeiro".
Os jornais "St. Louis Post",
"Boston Globe", "Salt Lake Tribune", "Atlanta Journal-Constitution", "Las Vegas Sun", "The Intelligencer" e "Chicago Sun-Sentinel", dos EUA, publicaram um
obituário produzido pela agência
Associated Press.
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