São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2001

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MULTIMÍDIA

Estrangeiros avaliam impacto da morte

NOVA YORK - O jornal "The New York Times" de ontem publicou um perfil do governador Mário Covas, morto anteontem. Segundo o "Times", Covas "ganhou a reputação de administrador honesto e eficiente, em um Estado antes desafiado pela corrupção".
O "Financial Times", de Londres, publicou reportagem com o título "Cardoso sofre golpe com morte de aliado". Para o jornal, o fim da "admirada luta de Covas contra o câncer", somado às disputas na base governista, pode tornar "difícil para o presidente restaurar a ordem no governo nos últimos dois anos de mandato".
"Em um país onde os políticos tendem a esconder a seriedade de suas doenças", diz o jornal, "a corajosa e honesta abordagem de Covas a seu câncer deu a ele a simpatia de todo o espectro político".
O "Wall Street Journal" publicou uma nota curta, informando que Covas morreu "na segunda metade de seu segundo mandato como governador do coração industrial do Brasil, que responde por cerca de 40% do produto interno bruto do país".
Para o "Clarín", de Buenos Aires, a morte "deixa um vazio na vida política do Brasil". Ao jornal, o líder petista Luis Inácio Lula da Silva declarou: "se todo político brasileiro tivesse o carisma de Covas, a política não teria a quantidade de bandidos que tem".
"Comoção no Brasil: morte de Covas deixa Cardoso sem seu melhor aliado", dizia o título da reportagem do também argentino "La Nación". Segundo o jornal, "as manifestações populares de dor invadiram todo o país". O jornal afirma que Covas "era respeitado por todas as facções políticas, tanto por sua anedótica teimosia quando por seu passado sabidamente honesto".
Ele lembra que sempre que passava por uma sessão de quimioterapia pela manhã, o governador voltava a trabalhar normalmente já pela tarde. A reação de FHC à morte do amigo também foi registrada. "Algumas pessoas próximas a Cardoso disseram que pela primeira vez viram o chefe de Estado com lágrimas nos olhos."
O título da reportagem publicada pelo jornal uruguaio "El País" foi "Brasil de luto: morreu o "delfim" de Cardoso".
"O fato de ter partilhado com Fernando Henrique as principais lutas políticas em que se envolveu não tirou a Covas a independência que sempre caracterizou a sua atuação política", diz o jornal "Público", de Portugal.
O também português "Diário de Notícias" relata que Covas e FHC "eram aliados, embora Covas criticasse a a abertura da economia ao capital estrangeiro".
Os jornais "St. Louis Post", "Boston Globe", "Salt Lake Tribune", "Atlanta Journal-Constitution", "Las Vegas Sun", "The Intelligencer" e "Chicago Sun-Sentinel", dos EUA, publicaram um obituário produzido pela agência Associated Press.


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