São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2001

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Justiça pede explicação à família de Jader sobre compra de TV no PA

LUÍS INDRIUNAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

A Justiça do Pará quer que a família de Jader Barbalho explique como comprou a TV RBA (Rede Brasil Amazônia de Televisão), retransmissora da rede Bandeirantes em Belém.
A citação, assinada em 13 de fevereiro pelo juiz José Maria Teixeira do Rosário, da 9ª Vara Cível, faz parte da ação movida pelo advogado de Bianca Namias Alves, 10. No processo, ele alega que a menina é filha e herdeira do empresário Jair Bernardino de Souza, o proprietário anterior da retransmissora.
Bernardino morreu, aos 44 anos, em um acidente de avião ocorrido na baia do Guajará, perto de Belém, em agosto de 1989.
O advogado de Bianca, Gildo Ferraz, quer explicações sobre o valor pago na transação à família de Bernardino para definir o quanto vai pedir para a garota. A Justiça concordou com o pedido.
Segundo reportagens da época, anexadas ao processo por Ferraz, foram pagos pela família Barbalho cerca de US$ 13 milhões pela emissora. Na inscrição feita na Junta Comercial do Pará, o valor da emissora é de R$ 1,5 milhão.
Atualmente a emissora tem quatro sócios com cotas idênticas: o senador Jader, seus filhos Helder (eleito vereador em Ananindeua pelo PMDB) e Jader Filho, e sua ex-mulher, a deputada federal Elcione Barbalho (PMDB).
O diretor jurídico da RBA, Edilson de Oliveira Dantas, disse à Agência Folha que irá contestar o pedido (leia ao lado).
A emissora foi vendida pelos irmãos de Bernardino, que receberam procuração dos pais do empresário para fazer a transação.
O processo de paternidade de Bianca corre na Justiça paraense desde abril de 1990. Na época, a garota tinha 10 meses de idade e o empresário já estava morto. Sua mãe, Maria Nelma Namias Alves, exigiu então o teste de DNA dos pais de Bernardino, Jales Bernardino de Souza e Leolinda Borges de Souza, que se negaram a fazer.
Os advogados de Bianca perderam em primeira instância. Em novembro de 1999, um colegiado de desembargadores reviu a decisão, dando continuidade ao caso.


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