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Problema é de senador, diz líder do PSDB
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães (BA), disse ontem
que o caso Banpará "não é uma
questão de governo, mas do senador Jader Barbalho (PMDB-PA),
que tem o direito de conhecer as
acusações e se defender".
A afirmação é um exemplo de
como o PSDB e o presidente Fernando Henrique Cardoso devem
tratar as acusações de que Jader
teria sido beneficiado financeiramente ao aplicar recursos do Banpará quando governou o Pará.
Tucanos e FHC não desejam
fragilizar Jader, presidente do Senado e uma das principais lideranças peemedebistas aliadas,
mas o ajudarão até certo limite.
O presidente e tucanos avaliam,
reservadamente, que a situação
de Jader é delicada.
FHC se reuniu com Jader anteontem e afirmou que não permitiria o que chamou de "vazamento irresponsável" do relatório
do Banco Central que aponta que
cerca de R$ 10 milhões do Banpará teriam sido desviados por Jader, quando governador do Pará
(83-86), para contas bancárias
suas e de seus familiares.
Como a prioridade do governo
é evitar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), FHC não
quer que o PMDB entre em crise e
que ACM ganhe força para tentar
provar as acusações. Foi ACM
que levantou novamente o caso.
Segundo um auxiliar de FHC, a
intenção do governo é apoiar um
aliado guardando certa distância
para tentar não se contaminar se a
situação dele ficar insustentável.
Essa também é a visão da cúpula
peemedebista, que está apreensiva. Apesar da solidariedade pública, causou incômodo no partido o
fato de Jader usar argumentos jurídicos para se defender.
Além de dizer que não conhece
o relatório, o presidente do Senado alega que um eventual crime
pode estar prescrito, como avalia
o procurador-geral da República,
Geraldo Brindeiro, que seu sigilo
bancário no caso pode estar ligado ao de outros diretores do Banpará e que a quebra não dependeria de uma vontade só dele. Jader
pediu ao Banco Central cópia do
relatório e não deu garantias de
que irá torná-lo público.
Ao priorizar argumentos jurídicos, que o governo e o PMDB
acham que Jader deve levar em
conta, o presidente do Senado
não enfrenta o que um peemedebista chamou de questionamento
moral e transmite a idéia de que
não tem como se defender das
acusações da imprensa.
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